Polícia Civil já ouviu oito PMs que participaram de tiroteio no Pavão-Pavãozinho
O titular da Delegacia de Ipanema (13ª DP), Gilberto Ribeiro, já ouviu oito policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho que participaram de tiroteio na noite de segunda-feira (21) na comunidade. No dia seguinte ao tiroteio, policiais encontraram o corpo de Douglas Rafael da Silva Pereira, com marca de tiro, no pátio de uma creche do bairro.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado também já ouviu o depoimento da mãe de Douglas, Maria de Fátima da Silva, e aguarda os laudos da perícia complementar realizada ontem (23) na creche onde o corpo foi encontrado.
A Polícia Civil também deve receber ainda hoje (24) da Polícia Militar (PM) as armas dos dez policiais militares que participaram do tiroteio. As armas foram recolhidas pela PM e serão encaminhadas à perícia da Polícia Civil.
Em nota divulgada ontem, o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, disse que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) se comportam como uma força de ocupação e, por isso, “não ganham corações e mentes nas favelas”.
“O problema é que a PM enxerga os moradores dessas áreas como inimigos. Odeia pobres, embora os seus efetivos sejam recrutados entre eles. A “invasão social” nunca saiu do papel. Os policiais expulsam os pobres sem moradia de latifúndios urbanos abandonados e não os protegem de seus algozes, traficantes armados. Só pode dar no que deu no Pavão-Pavãozinho”, diz a nota.
A assessoria de imprensa da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) não comentou as declarações de Damous.
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