Bolsonaro faz aceno a policiais e pede para ministro da Justiça dobrar novas vagas para PF e PRF

Durante conversa com apoiadores, presidente ligou para Anderson Torres e solicitou aumento de 500 para 1.000 nomeações em cada corporação

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2022 15h40 - Atualizado em 02/05/2022 17h59
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Jair Bolsonaro (PL) prometeu que irá dobrar o número de nomeações para a PF e a PRF

O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou com apoiadores nesta segunda-feira, 2, e prometeu que irá resolver uma demanda sobre o número de vagas em concursos da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O novo número passará de 500 para 1 mil em cada corporação. “Mil para cada um dá? Faz um aditivo e pede mil vagas para cada lado, pode ser? Acabei de falar com o Caio [do Ministério da Economia]. Fala você também para resolver”, disse o chefe do Executivo, em ligação para Anderson Torres, ministro da Justiça.

Bolsonaro também argumentou que a nomeação de novos servidores para a PF e para a PRF torna-se “lucrativa”, já que a disponibilidade de contar com novos colaboradores trará um maior número de apreensões e operações no combate à corrupção. “Por isso um cara de nove dedos disse que não gosto de gente, só gosto de polícia”, ironizou o mandatário. A afirmação refere-se à fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que declarou que o comandante do Planalto “não gosta de gente, só de polícia”.

O gesto do mandatário aos policiais tem o objetivo de conter uma insatisfação em setores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Na última sexta-feira, 29, entidades que representam servidores da PF divulgaram nota em que repudiaram as declarações de Bolsonaro que indicam o cancelamento da reestruturação de carreiras da categoria. “É de se estranhar a possibilidade de cancelamento da reestruturação por parte do presidente da República. Ele próprio divulgou, de forma exaustiva, o compromisso com a reestruturação em função da importância, complexidade e responsabilidade do trabalho desempenhado pelas forças de segurança pública da União”, diz o comunicado. A categoria também planeja fazer manifestações para cobrar reajuste maior do que o de 5% prometido pelo governo.

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