PT lança chapa de Lula em SP; Alckmin fala em ‘única via de esperança para o Brasil’

Cerimônia contou com a presença de políticos de partidos de base, artistas e influenciadores digitais; candidato a vice, que está com Covid-19, participou de forma remota do evento

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2022 12h13 - Atualizado em 07/05/2022 14h38
SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Lançamento chapa Lula-Alckmin PT lançou a chapa Lula-Alckmin para as eleições 2022 neste sábado

O evento do lançamento oficial da chapa Lula-Alckmin à Presidência da República ocorreu na manhã deste sábado, 7, no Expo Center Norte, em São Paulo. A cerimônia contou com a presença de políticos de partidos de base, artistas e influenciadores digitais. Em tom de festa, os apoiadores do ex-presidente comemoraram o fato de Lula (PT) poder disputar as eleições deste ano. Em 2018, o registro de candidatura do petista havia sido barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa — na época, o político foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também foi exaltada pelos presentes. “Dilma, guerreira da pátria brasileira”, gritaram os militantes.

O candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB), que testou positivo para Covid-19 na sexta-feira, 6, e participou virtualmente do lançamento, foi o primeiro a discursar. O ex-governador de São Paulo foi convidado a aparecer no telão sob a alcunha de “companheiro”. Em seu pronunciamento, o ex-tucano aproveitou para ressaltar que todas as diferenças entre ele e Lula serão colocados de lado para que seja possível vencer presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. “Nada, nenhuma divergência do passado. Nenhuma diferença do presente, nem as disputas de ontem, nem as eventuais discordâncias de hoje ou de amanhã. Nada, absolutamente nada, servirá de razão, desculpa ou pretexto para que eu deixe apoiar e defender com toda a minha convicção a volta de Lula à presidência do Brasil”, iniciou o paulista.

Alckmin afirmou ter “orgulho” em apoiar Lula e contar com o “imprescindível respaldo, confiança e participação” do seu “bravo e valoroso” partido, o PSB. “A democracia é marcada, sim, por disputas. Disputas fazem parte do processo democrático. Mas, acima das disputas, algo mais urgente e relevante se impõem: a defesa da própria democracia”, apontou o ex-governador, que teceu duras críticas a atual gestão. “O Brasil sobrevive hoje ao mais desastroso e cruel governo da sua história. Perdulário das despesas públicas, hipócrita no combate à corrupção, patrocinador de conflitos temerários e querelas inúteis, despreparado na condução da economia, ineficiente administrativa e socialmente injusto e irresponsável. O que é mais necessário constatar para se concluir que o Brasil precisa de mudança?”, questionou. “Lula é hoje a única esperança para o Brasil. Não é a primeira, não é a segunda, nem a terceira via. É a única via”, declarou o vice. Por fim, Alckmin agradeceu a Lula pelo convite, prometeu ser um parceiro leal e brincou: “Mesmo que muitos discordem da sua opção de que Lula é o prato que cai bem com chuchu, o que eu acredito vem a se tornar um ‘hit’ da nossa culinária.”

A aliança entre Lula e Alckmin foi costurada com a ajuda de Márcio França (PSB) com o objetivo de atrair o eleitor de centro, visto como essencial para vencer o presidente Bolsonaro, principal adversário do petista na disputa presidencial. O PT espera que o ex-governador possa atuar em agendas com agronegócio e com religiosos, que têm o atual presidente como preferido. O maior trunfo da chapa está na fama de Alckmin em São Paulo. O ex-tucano foi o político que por mais tempo governou o Estado, que é o maior colégio eleitoral do país. Em São Paulo, Alckmin era líder das pesquisas de intenção de voto para governador até ser oficializado como vice de Lula à Presidência. Inicialmente, a aproximação entre Alckmin e Lula foi vista com descrença em virtude das desavenças vividas pelos políticos nos anos anteriores. Antes da ascensão do bolsonarismo, ambos ocupavam polos opostos nas eleições.

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