Moraes diz que internet deu voz aos imbecis: ‘Judiciário não vai se acovardar’

Ministro criticou ‘movimentos populistas’, disse que ‘milícias digitais’ fazem ataques coordenados ao STF e voltou a defender as urnas eletrônicas

  • Por Jovem Pan
  • 14/05/2022 12h47
Abdias Pinheiro/SECOM/TSE De toga preta, sentado em sua cabine no TSE, ministro Alexandre de Moraes verbaliza seu voto sobre a cassação da chapa Bolsonaro-Moraes Ministro criticou milícias digitais que produzem fake news

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou as milícias digitais que produzem fake news e fazem ataques ao Judiciário nas redes sociais, e afirmou a internet deu voz aos imbecis. “As milícias digitais produzem conteúdo falso, notícias fraudulentas, e têm o mesmo ou mais acesso que a mídia tradicional”, disse Moraes no Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador. “A internet deu voz aos imbecis. Hoje qualquer um se diz especialista, veste terno, gravata, coloca painel falso de livros e fala desde a guerra da Ucrânia até o preço da gasolina, além de atacar o Judiciário”, criticou. O ministro disse que o Judiciário “não pode abaixar a cabeça para movimentos populistas” e ressaltou que os ataques às instituições são coordenados. Ele é relator do chamado inquérito das milícias digitais no Supremo.

“Isso foi sendo construído pelos movimentos populistas, principalmente pela extrema-direita. Não é descoordenado, tem muito dinheiro. De quatro em quatro anos tem eleições, e essas milícias digitais sabem disso. O Poder Judiciário não pode e não vai se acovardar perante essas agressões”, assegurou. Em meio aos questionamentos do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral, o ministro também voltou a defender a legitimidade das urnas eletrônicas. Ele disse ainda que o fato do país estar enfrentando “turbulências” não significa que não temos estabilidade democrática. “Vamos garantir a democracia no Brasil com eleições limpas, transparentes e por urnas eletrônicas. Em 19 de dezembro, quem ganhar vai ser diplomado nos termos constitucionais, e o Poder Judiciário vai continuar fiscalizando e garantindo a democracia”, declarou.

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