Rodrigo Garcia encaminha acordo para ter vice do União Brasil

Governador de São Paulo deve sacramentar o nome do deputado federal Geninho Zuliani em sua chapa; MDB fica com a vaga ao Senado

  • Por André Siqueira
  • 03/08/2022 19h24 - Atualizado em 03/08/2022 21h41
Reprodução/Facebook/Geninho Zuliani Geninho Zuliani Atual deputado federal por São Paulo, Geninho Zuliani é aliado de Rodrigo Garcia desde os tempos de DEM

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) deve oficializar nas próximas horas o nome do deputado federal Geninho Zuliani (União Brasil), como candidato a vice em sua chapa – o prazo final é a sexta-feira, 5, data-limite previsto em lei para a oficialização das candidaturas. O tucano vai se reunir com aliados do União Brasil e do MDB nesta quarta-feira, 3, para acertar os últimos detalhes. Segundo um membro da cúpula da sigla ouvido pela Jovem Pan, o acordo está encaminhado. Pelo desenho, os emedebistas ficarão com a vaga ao Senado – o mais cotado é o ex-secretário de Saúde da capital paulista Edson Aparecido (MDB). Um dos assuntos que ainda precisam ser debatidos é uma espécie de garantia de que o PSDB apoiará o MDB em 2024, quando o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), deve buscar a reeleição. O União Brasil é cobiçado porque trará ao candidato escolhido um importante ativo: o tempo de televisão. Aliado de Garcia e coordenador de campanhas do agora governador de São Paulo desde a década de 1990, Zuliani foi prefeito de Olímpia, município do interior do Estado, entre 2009 e 2016. Secretário-geral do União Brasil em São Paulo, o deputado federal fez sua carreira política no Democratas (DEM), partido que se uniu ao PSL para dar origem à nova sigla. O nome de Zuliani foi formalmente indicado para o cargo nesta terça-feira, 2. Ele venceu a disputa interna contra nomes como Henrique Meirelles e Alexandre Leite.

No sábado, 24, Garcia foi oficializado como candidato ao Palácio dos Bandeirantes sem anunciar o vice. O motivo era o imbróglio envolvendo os dois partidos, que apoiam a postulação do tucano. A escolha do vice encerra, em tese, um impasse que envolvia o União Brasil e o MDB. O acordo inicial previa que o União Brasil ficaria com a vaga ao senado, que seria ocupada pelo jornalista José Luiz Datena. Nesta configuração, o MDB ficaria com a vice. O nome seria escolhido pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Com o aval de Garcia, Nunes filiou Edson Aparecido, um dos fundadores do PSDB, ao MDB em abril – é por essa razão que a cúpula emedebista está contrariada com a escolha de Zuliani. De última hora, porém, Datena trocou o União pelo PSC para apoiar o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), candidato ao Palácio dos Bandeirantes apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em razão do imbróglio, o União Brasil passou a flertar com a campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), como a Jovem Pan mostrou. O movimento foi visto por aliados de Garcia como uma forma da sigla comandada por Luciano Bivar pressionar os tucanos. O acerto com o governador paulista, no entanto, sempre foi tratado como prioridade. A prova disso é que o vice-presidente nacional da legenda, Antônio Rueda, esteve presente na convenção do PSDB.

Aliados de Garcia apostam no início da propaganda eleitoral em rádio e TV, na segunda quinzena de agosto, e no apoio de mais de 500 prefeitos para crescer nas pesquisas e garantir sua presença no segundo turno. Segundo o último Datafolha, do fim de junho, Fernando Haddad lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes com 34%, seguido de Rodrigo e Tarcísio, empatados com 13%. Pesquisa Real Time, contratada pela TV Record e divulgada nesta quarta-feira, 3, mostra o petista na liderança com 33% das intenções de voto, ante 20% de Tarcísio e 19% do tucano.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.