Praça Altamira, em Caracas, amanhece tomada por dispositivo de segurança

  • Por Agencia EFE
  • 17/03/2014 11h43

Caracas, 17 mar (EFE).- A Praça Altamira, no município de Chacao, do leste de Caracas, amanheceu nesta segunda-feira tomada pelas forças de segurança após várias semanas de protestos contra o governo, o que segundo o ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres, foi feito para recuperar a “normalidade” do local.

Rodríguez Torres explicou ao canal estatal “VTV” que o dispositivo de segurança começou a ocupar todo o município ainda na madrugada “para realizar uma patrulhagem intensiva em todos os setores e o município voltar à normalidade e à calma”.

“Todos os direitos de todos os cidadãos de Chacao estão plenamente garantidos; esta é uma operação puramente de ordem cidadã, de segurança cidadã”, afirmou ao lado da ministra de Comunicação, Delcy Rodríguez, e do prefeito do município, o opositor Ramón Muchacho.

Vários homens das forças policiais locais se distribuíram pela praça e várias ruas, por onde transitam grupos da chamada Guarda do Povo, uma subdivisão da Guarda Nacional destinada à vigilância em motos, segundo constatou a Agência Efe.

“Aqui simplesmente estamos restabelecendo o direito de milhares de cidadãos de Chacao que estavam resguardados pelas ações violentas permanentes que estão sendo efetuados neste espaço”, afirmou o ministro.

O prefeito, no entanto, reconheceu sua surpresa pela presença das forças de segurança do Estado e pediu “prudência e calma”.

“A prefeitura de Chacao está em funcionamento normal, a polícia de Chacao está operando normalmente, não há nenhuma restrição ao trabalho nem da prefeitura nem da polícia”, argumentou Muchaco, que nos últimos dias foi alvo de críticas do governo.

Chacao vem sendo cenário de protestos violentos e enfrentamentos. nos quais segundo a oposição e moradores do município, a Guarda Nacional atuou com uso abusivo da força e disparando gás lacrimogêneo de forma indiscriminada.

O governo, por sua parte, acusou Muchacho de tolerar a violência e de não fazer nada para evitar que os grupos de manifestantes violentos ataquem edifícios e bens.

A Venezuela está imersa há mais de um mês em uma onda de protestos contra as políticas do governo de Maduro, que deixaram um saldo de cerca de 30 mortos, centenas de feridos e mais de 1.500 detidos, a maior parte já libertados por meio de medidas cautelares. EFE

jlp/dk

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