Presidente no exílio e rebeldes aceitaram trégua no Iêmen, diz Ban Ki-moon

  • Por Agencia EFE
  • 09/07/2015 16h45

Genebra, 9 jul (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, confirmou nesta quinta-feira que o presidente iemenita no exílio, Abdo Rabbo Mansour Hadi, e os rebeldes houthis aceitaram uma trégua humanitária no Iêmen a partir desta sexta-feira, às 23.59 (17h59 em Brasília) até o fim do Ramadã, o jejum muçulmano, no próximo dia 17.

Ban disse que Hadi “comunicou ter aceitado uma pausa à coalizão” militar liderada pela Arábia Saudita, que bombardeia posições rebeldes há três meses, para assegurar “o apoio e colaboração” deste país a essa decisão.

Além disso, os dirigentes rebeldes houthis prometeram a Ban, através de seu enviado especial para o Iêmen, que respeitarão plenamente a pausa no conflito para que a população receba ajuda humanitária.

O movimento houthi e seus aliados, em particular o partido Congresso Geral do Povo, do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, agora inimigo de Hadi, garantiram que “não haverá violações (da trégua) por nenhum combatente sob seu controle”.

Um porta-voz de Ban indicou que ele espera agora “o compromisso de todas as partes do conflito no Iêmen com esta trégua”, estipulada por razões humanitárias, que a ONU espera que seja reconhecida pela Arábia Saudita.

“É imperativo e urgente que a ajuda humanitária possa chegar às pessoas mais vulneráveis no Iêmen sem obstáculos e através de uma trégua humanitária incondicional”, assinalou Ban.

Desde que começaram os bombardeios sauditas, mais de três mil pessoas morreram no conflito do Iêmen e um milhão abandonaram suas casas.

A ONU media desde o mês passado com o presidente no exílio e o movimento rebelde houthi uma pausa no conflito, que chegaram a se reunir em Genebra, esforço que não obteve sucesso.

Os representantes do governo reivindicavam a retirada das forças rebeldes das cidades tomadas, conforme uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, antes de aceitar qualquer acordo sobre uma trégua.

O mediador das Nações Unidas, Ismail Ould Sheikh Ahmed, decidiu então continuar com suas gestões separadamente com cada parte, e viajou primeiro para Riad, onde Hadi está exilado, e depois para Sana, a capital iemenita controlada pelos houthis.

Uma trégua temporária é vista como o primeiro passo para um possível cessar-fogo permanente, a que deveriam se somar medidas como a libertação de prisioneiros, a retirada das forças das cidades e o reatamento de um processo político interno inclusivo. EFE

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