Produtores agropecuários da Argentina iniciam greve de cinco dias

  • Por Agencia EFE
  • 24/08/2015 13h58

Buenos Aires, 24 ago (EFE).- Três dos quatro principais sindicatos do setor agrário na Argentina iniciaram na madrugada desta segunda-feira uma greve de cinco dias em protesto contra as políticas do governo de Cristina Kirchner e a situação econômica do setor.

Sob o lema “Não matem o campo”, a Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro), a Sociedade Rural Argentina (SRA) e Confederações Rurais Argentinas (CRA) reivindicam, entre outros, o fim das retenções de grãos, que sejam suspensos os impedimentos à exportação e medidas para atenuar a queda da rentabilidade do setor, principal motor da economia argentina.

O protesto só não teve a adesão da Federação Agrária Argentina (FAA).

“Começou a greve, uma greve que é comercial, nada mais do que de grãos e fazenda, esperamos que não altere para nada o fornecimento de alimentos para a população”, disse hoje Egídio Mailland, presidente da Coninagro, em declarações a rádio América.

“Nós viemos com uma série de reivindicações para mudar a forma do modelo. Mas esta greve é porque as pessoas vinham reivindicando muito forte e o governo não os escutava, e eles estão desesperados realmente porque com a perda de competitividade não podem continuar semeando”, acrescentou.

Segundo o presidente da Coninagro, em consequência das taxas de câmbio e da elevada inflação argentina “a colheita não cobre os custos dos produtores”.

Mailland insistiu que existe em uma “urgente necessidade de eliminar retenções, porque a pressão tributária sobre os grãos é enorme”, e revisar as cotas de exportação.

“A medida de força não é a melhor solução, mas é preciso continuar conversando”, afirmou hoje o chefe de Gabinete do governo, Aníbal Fernández, durante seu contato diário com a imprensa.

Aníbal Fernández atribuiu os problemas dos produtores à situação geral do mercado, que atravessa “uma depressão fenomenal em termos de preços”, e ressaltou que embora “há que pretenda estabelcer políticas públicas de outra cor; não estão dadas as condições para fazê-lo”.

Desde o começo de seu primeiro governo, Cristina Kirchner mantém um conflito com as patronais rurais, que em 2008 teve seu auge, com várias greves que causaram perdas milionárias para o país, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de grãos.

Embora com menor intensidade, as greves do setor se repetiram em 2012, 2013 e em março. EFE

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