Relatório revela que 128 jornalistas foram assassinados em 32 países em 2014

  • Por Agencia EFE
  • 15/12/2014 16h50

Genebra, 15 dez (EFE).- Um relatório publicado nesta segunda-feira pela ONG suíça “Campanha por um Emblema de Imprensa” (PEC) indica que 128 jornalistas foram assassinados em 32 países durante 2014, em um lamentável ranking no qual o Brasil ocupa a décima posição.

“O ano que termina foi terrível para os jornalistas. Um novo conflito mortífero para os trabalhadores dos meios de comunicação se abriu na Ucrânia, a ofensiva israelense lançada neste verão em Gaza causou várias vítimas, enquanto na Síria o terror atingiu níveis extraordinários com a decapitação de jornalistas em público”, declarou o secretário-geral da PEC, Blaise Lempen.

Israel foi o país que registrou o maior número de vítimas, com um total de 16 jornalistas assassinados durante a ofensiva militar em Gaza.

A Síria se situa em segundo lugar pelo número de vítimas, com 13 jornalistas assassinados, enquanto o Paquistão aparece na terceira posição, com 12 jornalistas assassinados, a maioria deles nas áreas tribais próximas ao Afeganistão.

A quarta posição entre os países com maior periculosidade para profissionais da comunicação é ocupada pelo Iraque, onde 10 jornalistas foram assassinados, muitos deles como consequência da ofensiva do grupo jihadista Estado Islâmico.

Por sua vez, a Ucrânia se situa no quinto lugar, com nove jornalistas assassinados. No sexto lugar se encontra o México (oito jornalistas assassinados), na frente de Afeganistão (seis), Honduras (cinco) e Somália (também cinco).

O Brasil por sua vez, divide a décima posição com a República Centro-Africana, com um registro de quatro assassinados em cada um.

Por regiões, o Oriente Médio é a região mais violenta, com 46 jornalistas assassinados, na frente de Ásia (31), América Latina (27), África Subsaariana (14) e Europa (10).

Desde que a PEC iniciou o registro de jornalistas assassinados em 2006, 1.038 profissionais foram assassinados. No ano passado, 129 jornalistas foram mortos durante o exercício da profissão.

No transcurso dos últimos cinco anos, de 2010 a 2014, 614 jornalistas foram assassinados, ou seja 123 por ano, o que equivale a uma média de 2,4 por semana.

Os cinco países de maior periculosidade no curso dos últimos cinco anos foram Síria, com 69 assassinatos; Paquistão, com 63; México, com 50; Iraque, com 44, e Somália, com 39.

Em ordem decrescente lhes seguem Brasil (31 assassinatos), Honduras (30), Filipinas (29), a Índia (21) e os territórios palestinos ocupados (21).

“Estes saldos tão elevados estão claramente vinculados aos conflitos armados violentos que perduram e que não encontram uma solução política”, ressaltou Lempen.

Perante esta realidade, a PEC reivindica um instrumento internacional que supra os déficit de justiça na maioria dos países onde acontecem os mencionados assassinatos.

“Os problemas de acesso às zonas de conflito seguem sendo agudos. Muitos meios de comunicação se recusam a enviar jornalistas já que os riscos são muito grandes. Mas, de fato, a cobertura dos conflitos diminui na imprensa, e com isso a pressão da opinião pública para resolver e financiar a indispensável ajuda humanitária”, concluiu Lempen. EFE

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