Rússia recusa impor ao Irã reivindicações excessivas no acordo nuclear
Viena, 8 jul (EFE).- Para a Rússia os organismos internacionais não devem exigir de Teerã reivindicações excessivas no acordo que garanta que o programa atômico não tem alvos militares, disseram nesta terça-feira fontes ligadas à delegação russa que participa das negociações de Viena.
Os negociadores russos ponderaram que o acordo não deve incluir medidas que não sejam frequentes nos procedimentos internacionais de controle nuclear, disseram à Agência Efe.
A delegação russa reconheceu que há diferentes abordagens dentro do Grupo 5+1 que negocia o acordo com o Irã, formando pelos membros permanentes do conselho de segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido) mais a Alemanha.
Mas os russos garantiram que essas divergências não significam que haja uma ruptura da posição conjunta do grupo e que esperam que possam ajudar a equilibrar o conteúdo do acordo.
As fontes russas disseram que a França mantém uma posição dura e reivindicam uma forte regulamentação para o pacto.
Já nas rodadas de contato que permitiram o começo das negociações diretas para o acordo, no ano passado, a França se mostrou mais exigente inclusive do que os Estados Unidos em relação aos limites que o Irã devia aceitar sobre seu programa atômico.
A Rússia apontou também que, se finalmente chegarem a um pacto com o Irã, este não poderá ser aplicado a outros países nem usado como precedente.
Teerã e as grandes potências começaram no último dia 2 em Viena a sexta rodada de contatos neste ano para tentar fechar um acordo definitivo antes do 20 de julho que ofereça garantias sobre o caráter pacífico do programa atômico iraniano, ao mesmo tempo em que garante o direito do país de usar a energia nuclear.
Ocidente teme que o Irã queira conseguir, sob o argumento de um programa nuclear civil, os conhecimentos e materiais necessários para fabricar armas atômicas. Já Teerã nega veementemente estas acusações e diz que só tem intenções pacíficas, como a geração de energia elétrica e aplicações científicas para a luta contra o câncer. EFE
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