Tusk anuncia fundo 1 bilhão de euros da União Europeia para ajudar refugiados

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2015 02h21

Bruxelas, 24 set (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou nesta quarta-feira que a União Europeia (UE) disponibilizará 1 bilhão de euros para ajudar os refugiados em países próximos às zonas de conflito, como Turquia, Jordânia e Líbano, e pediu uma correção da política de portas abertas para reforçar as fronteiras do bloco.

“Os líderes concordaram em aumentar a ajuda ao Líbano, Jordânia, Turquia e outros países da região. Será oferecido mais dinheiro em troca de uma cooperação reforçada”, afirmou Tusk em entrevista coletiva ao término da reunião extraordinária de chefes de Estado e de governo da UE.

“Será mobilizado pelo menos 1 bilhão de euros adicionais para ajudar os refugiados através do Programa Mundial de Alimentos e da Acnur (Agência da ONU para os Refugiados)”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, agradecendo aos líderes europeus que atenderam o pedido de oferecer “dinheiro fresco”.

No entanto, Tusk alertou que a UE precisa corrigir a política de portas abertas. Ele explicou que o objetivo da reunião era pôr fim às acusações públicas entre os países e ter uma discussão honesta sobre a natureza do problema e as possíveis soluções.

“Agora deveríamos nos concentrar na proteção adequada das fronteiras exteriores e na assistência aos refugiados nos países vizinhos”, completou.

Os chefes de Estado e governo da UE acertaram medidas de curto prazo que deverão estar em vigor em no máximo três semanas, quando haverá uma nova reunião do Conselho Europeu.

“Nesta noite, nossa discussão se baseou em fatos, não em emoções”, disse Tusk, que lembrou que há 8 milhões de deslocados internos na Síria, além dos 4 milhões de refugiados que fugiram para os países vizinhos, muitos deles tentando chegar à Europa.

Tusk explicou que os líderes também concordaram que o “atual caos” das fronteiras exteriores da UE “deve acabar”.

“A gestão e o controle adequados de nossas fronteiras exteriores é nossa responsabilidade comum. Seria injusto colocar todo o peso na Itália ou na Grécia”, disse o presidente do Conselho Europeu.

Uma das novidades de hoje é que se estabeleceu uma data para a ativação dos centros de identificação e registro dos refugiados, que devem estar prontos até novembro, explicou Tusk.

Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, se mostrou convencido de que será necessário mais 1 bilhão de euros para a “assistência de emergência para os Estados-membros mais afetados”, outros 600 milhões para as agências europeias em 2016, 200 milhões para o Programa Mundial de Alimentos e 300 milhões para a ajuda humanitária no próximo ano.

Além disso, Juncker indicou que será necessário mais recursos paraa “estabilizar nossos países vizinhos imediatos”, e propôs a destinação de mais 1 bilhão para Turquia, Macedônia e Sérvia.

“O acordo nos permite trabalhar sobre essas bases. É isso que faremos nos próximos dias. Foi um encontro excelente”, resumiu o presidente da Comissão Europeia, mostrando sua satisfação pelo ambiente na reunião ter sido “melhor do que o esperado”.

“Temia antes de vir aqui que seria uma reunião tensa, mas não foi o caso. Tudo se baseou no consenso e todo mundo fez esforços para chegar a conclusões”, concluiu Juncker.

“As medidas estipuladas hoje não vão pôr fim à crise, mas são passos necessários para isso”, disse Tusk. EFE

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