Unesco condena novas destruições em Palmira pelos jihadistas

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2015 16h25

Paris, 3 jul (EFE).- A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, condenou nesta sexta-feira as novas destruições de bustos de pessoas mortas e outras estátuas na cidade monumental de Palmira, reivindicadas pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI).

“As novas destruições de bens culturais de Palmira mostram a brutalidade e a ignorância dos grupos extremistas, assim como o menosprezo perante as comunidades locais e da cidade síria”, afirmou Bokova em comunicado.

Entre as obras alvo da ação do EI está uma famosa estátua do leão estava situada no templo de Al-Lat (Atena), de mais de três metros de altura, que representa um felino que protege entre suas patas um antilope, e que era considerado um símbolo do respeito que o forte deve ter pelo frágil.

Em outras imagens postadas na internet pelo EI é mostrada a suposta destruição de seis bustos de pedra de homens e mulheres de Palmira.

A máxima responsável da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lembrou que “esses bustos encarnam os valores da empatia humana, de inteligência e de respeito perante a morte. Representam uma mina de informação sobre os trajes, as joias, as tradições e a história do povo sírio”.

Bokova insistiu que “a destruição dos bustos procedentes de Palmira em público, perante multidões e crianças que são convocadas para o saque de seu patrimônio, é um espetáculo de uma perversidade congeladora”.

Além disso, é “uma nova tentativa de romper com os vínculos dos povos com sua história, de separá-los de suas referências”.

Por isso, Bokova reiterou sua chamada “a todos os chefes religiosos, aos intelectuais, aos jovens para que se mobilizem contra a instrumentalização da religião, que respondam aos argumentos falsos dos artesãos do ódio”.

Bokova também solicitou a todos os Estados-membros, ao mercado da arte e aos especialistas que unam suas forças contra o tráfico ilícito de bens culturais.

E aos pesquisadores, artistas, cineastas e fotógrafos para que se unam aos esforços da Unesco para “documentar e compartilhar as riquezas da civilização da Mesopotâmia”. EFE

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