Postura de Lula com relação a Dilma mostra que ele não tem consideração por ninguém
Candidato à presidência chegou a fazer afagos à companheira de partido, mas logo a criticou e não se responsabilizou por nada do que aconteceu durante o governo dela
O jogo é cada vez mais duro. Sujo também. A hipocrisia e a mentira reinam. O PT e o Lula decidiram reduzir a quase nada a participação da ex-presidente (presidenta?) Dilma Rousseff na campanha petista. Dilma andou recebendo alguns afagos de Lula, inclusive no debate da Band. Até se sentiu prestigiada. Mas estava enganada. Um agrado especial foi Lula ter convidado Dilma para o comício no Vale do Anhangabaú, no dia 20, em São Paulo. Foi recebida com aplauso pelo público que foi lá para ouvir mentiras. A ex-presidente, que sofreu impeachment, sentiu-se bem e acreditou que estava “reabilitada” no PT. Enganou-se. A nova ordem é deixá-la praticamente de fora da campanha. Pode aparecer, mas só uma pontinha, sem nenhum peso político. O espaço é mínimo. A sinalização, na verdade, foi dada por Lula na entrevista do Jornal Nacional, quando ele, com aquele discurso de sempre, separou o seu governo do governo de Dilma. E até criticou medidas da companheira. Como sempre covarde, não se responsabilizou por nada que Dilma fez no seu governo desastroso.
E será assim de agora em diante. Traiçoeiro como sempre, que abandonava e ainda abandona os companheiros que porventura caiam em desgraça, Lula não tem consideração por ninguém. Isso se estende à militância. Uma esquerda que aceita Lula como líder é uma esquerda vagabunda, que não vale nada. O que está valendo agora é o seguinte: se o nome de Dilma surgir em qualquer debate ou entrevista, Lula criticará seu governo. O convite a Dilma para participar do comício do Anhangabaú foi apenas uma tentativa de uma ala do PT para reabilitar a companheira abandonada especialmente por Luiz Inácio da Silva, com suas alucinações cada vez mais graves num país completamente perdido no tempo e no espaço.
Dilma foi convidada, mas não estava previsto que ela também discursaria. E ela fez um discurso de 5 minutos, mostrando muita emoção ao ver o público aplaudindo e gritando seu nome. Dilma aproveitou a oportunidade inesperada e garantiu no comício que guarda na vida o orgulho de ter sido ministra da Casa Civil de Lula. Tudo em vão. Foi apenas um agrado que contrariou os que mandam no PT, incluindo aí especialmente o ex-presidente e ex-presidiário por corrupção, solto da prisão por uma manobra do Supremo Tribunal Federal e suas celebridades de toga. Diante da emoção da companheira, Lula agradeceu as palavras de Dilma e chegou a comparar o impeachment que a tirou do governo à perseguição a Tiradentes na Inconfidência Mineira. Pqp! É demais! Mesmo durante o comício, alguns aliados de Luiz Inácio chegaram a criticá-lo por ir tão longe do seu agrado. Aquilo era uma irresponsabilidade. Não se debocha assim da vida de ninguém, seja quem for. Mas para Lula vale tudo. Não respeita ninguém. A história termina aí. Não há mais nenhum plano para levar Dilma a qualquer comício. Se por um acaso isso acontecer, ela ficará no palco como um fantasma. Também está acertado que nos discursos de campanha, o nome de Dilma não será lembrado nenhuma vez. É o que deseja a “alma mais honesta do Brasil”, no dizer de Lula falando de si mesmo. A companheira Dilma se transformou num objeto descartável.
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