Augusto: ‘Queiroga deve continuar compra de vacinas e dar lição a quem nega que governo está atuando’

Comentarista do programa ‘Os Pingos Nos Is’ afirmou que novo ministro da Saúde deve continuar com trabalho da pasta e provar que negacionistas anti-governo estão errados

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2021 19h55 - Atualizado em 16/03/2021 20h59
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Ministro Marcelo Queiroga Saúde Novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga se reuniu com Eduardo Pazuello nesta terça-feira

Momentos antes de se reunir com o ainda ministro Eduardo Pazuello, o cardiologista Marcelo Queiroga, que foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo na pasta da Saúde, afirmou que vai executar a política determinada pelo chefe do governo no enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil. “A política é do governo Bolsonaro, a política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo. O ministro Pazuello tem trabalhado arduamente para melhorar as condições sanitárias do Brasil e eu fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho”, afirmou. O futuro ministro já descartou o lockdown como uma política de governo contra a Covid-19 e considerou que o termo é decorrente de situações extremas. “São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, pontuou. Sobre tratamento precoce, ele disse que essa é uma questão médica e que no caso do novo coronavírus não há um tratamento específico.

“Existem determinadas medicações que são usadas, cuja evidência científica não está comprovada, mas mesmo assim médicos têm autonomia para prescrever”, destacou. O novo ministro da Saúde assume a pasta sob desconfiança de alguns dos caciques partidários que controlam o Congresso. O deputado Marcelo Ramos, atual vice-presidente da Câmara dos Deputados, declarou em entrevista ao Estadão que “não teremos paciência com ele. É acertar ou acertar”. Em pronunciamento ao lado do ainda ministro Eduardo Pazuello, Queiroga afirmou que tem a intenção de controlar o vírus e dar fim à pandemia. “No momento vivemos uma nova onda da pandemia, com muitos óbitos, é preciso melhorar a qualidade da assistência em cada um dos nossos hospitais, sobretudo nas unidades de terapia intensiva, no enfrentamento às síndromes respiratórias agudas graves, então é uma agenda muito grande, uma agenda que vai necessitar de uma união da nação”, disse. Ele se considerou entusiasmado na nova tarefa para reforçar medidas e trazer novas contribuições baseadas nas evidências científicas.

Comentarista do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, Augusto Nunes observa que agora é o momento do ministro administrar as compras das poucas vacinas que ainda faltam no país. “Eu acho que dá para completar isso neste ano, gostaria que se fizesse isso até sete de setembro para dar outra lição aos verdadeiros negacionistas, os que negam que o governo esteja atuando”, afirmou. Ele questionou a fala do deputado Marcelo Ramos sobre “acertar ou acertar” e disse que esse é o momento de deputados ou senadores tentarem, ao menos, “acertar algumas”. “Que tipo de ultimato é esse? É porque está querendo reivindicar o cargo do partido a que pertence? Como assim ‘acertar ou acertar’? Qual é a política correta? Marcelo Ramos pode dizer para a gente? Porque está o mundo inteiro querendo saber. Nós sabemos o que se faz de errado e contra isso o deputado Marcelo Ramos até agora não disse uma palavra. O que se faz de errado de novo é o ‘louco down’, não é lockdown, é o loucodown”, afirmou o jornalista. Para ele, a medida exigida pelo governo de São Paulo e por outros estados brasileiros não funcionará e a ação adequada a se tomar é localizar focos das contaminações. “Vejam onde se dão as contaminações, onde a gente está dizendo que ocorre desde que começamos a tratar deste problema: no transporte público”, afirmou. Augusto Nunes acredita que os pequenos exemplos devem ser analisados em menores cidades que fazem “alternativas menos cruéis e menos imbecis” para conter a pandemia.

“No balanço final dessa pandemia nós veremos quem são os negacionistas. Negacionistas são os que negam a ineficácia do lockdown. Não funcionou”, disse o comentarista. Ele afirma que aqueles que frequentaram restaurantes e bares que respeitaram o isolamento social durante a pandemia não se contaminaram com a doença e dá um recado aos governadores que não descartaram fortalecer ainda mais o lockdown caso essas primeiras medidas restritivas instauradas ao redor do país não funcionem: “Podem preparar [medidas mais duras] então, mas prepare-se também para as manifestações que vão se alastrando. O povo está demonstrando paciência até excessiva e quem insistir no lockdown vai tropeçar na desobediência civil”, opinou.

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta terça-feira, 16, na íntegra:

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