‘Pouco me importa a origem da vacina, desde que funcione’, diz Augusto sobre imunizante brasileiro

Com intervalo de horas, ministro Marcos Pontes e governador de São Paulo, João Doria, anunciaram produção de vacinas nacionais

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2021 20h08 - Atualizado em 26/03/2021 20h24
Leonardo Marques/ASCOM-MCTI homem de cabelo branco e máscara Ministro Marcos Pontes anunciou pedido para início de estudo de vacina brasileira

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou nesta sexta-feira, 26, que o Governo Federal solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para a realização de testes clínicos de uma vacina nacional contra a Covid-19. O imunizante é desenvolvido em um campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. A declaração foi dada horas depois do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmar que pediria à Anvisa a autorização para início dos testes de uma vacina nacional alegadamente desenvolvida pelo Instituto Butantan. Enquanto o governo de São Paulo afirmava que o imunizante se tratava de uma vacina “100% brasileira”, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o imunizante do Butantan teria sido desenvolvido em uma universidade dos Estados Unidos.

Segundo levantamento divulgado pelo próprio Marcos Pontes, o Governo Federal tem três vacinas diferentes em fase de testes pré-clínicos, uma delas com resultados promissores. “Uma dessas vacinas já tem o protocolo na Anvisa registrado”, disse. Em relação à vacina do Butantan, alguns pontos necessitam de esclarecimentos. A nota divulgada pela prefeitura de São Paulo diz que o instituto começará em abril a produção. As linhas de confecção do Butantan, porém, estão parcialmente ocupadas por outras vacinas até o mês de maio. As datas anunciadas dependem de autorização da Anvisa e os custos para realização dos estudos nas fases 1 e 2 podem chegar a R$ 400 milhões. Não há clareza até o momento sobre a origem desses recursos.

O comentarista do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, Augusto Nunes, acredita que o “nacionalismo” em torno da vacina não é algo entusiasmante para ele nessa altura do campeonato. “Não vejo muito sentido em você ficar agora perdendo alguma verba muito grande que poderia ser investida aí na velocidade, no aumento da velocidade da vacinação usando os imunizantes que já existem. Que sejam bem vindas as vacinas brasileiras, mas sem pressa”, afirmou, recordando que há pelo menos 10 imunizantes permitidos para utilização no mundo e apontando o sucesso de uma vacinação rápida em países como Israel. “Pouco me importa a origem da vacina, desde que funcione. Quando a gente suspeita de uma vacina não é pela origem, é porque o país que a fabrica já tem um passivo de mentiras e tapeações que assustam”, disse. Ele acredita que outro ponto no qual deve haver investimento no país diz respeito às investigações sobre o “Covidão”. “Foram bilhões bancados pelos pagadores de impostos, que somos nós”, recordou.

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta sexta-feira, 26, na íntegra:

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