Autoestima começa a ser construída na infância e não depende apenas da aparência física

Características como competência no trabalho, desempenho esportivo, sucesso no relacionamentos e popularidade também influenciam na imagem que a pessoa tem de si mesma

  • Por Camila Magalhães
  • 24/06/2021 10h00
Foto criada por wayhomestudio - br.freepik.com de olhos fechados e casaco cinza, mulher negra, na faixa dos 20 anos e volumoso cabelo cacheado castanho escuro, dá um abraço nela mesma Autoestima depende de um exercício diário de reconhecimento e balanço dos nossos pontos fortes e fracos

Diariamente somos expostos a receitas milagrosas para ficarmos mais satisfeitos com quem somos. Algumas delas focam em questões emocionais ou relacionamentos, mas a maioria acaba destacando aspectos relacionados à nossa aparência física. Dá a impressão de que basta ficar mais bonito para que a gente se sinta melhor. Mas será que a autoestima depende “só” disso? Na psicologia, há diferentes definições para esse conceito que, em linhas gerais, tem a ver com a forma como uma pessoa “enxerga” e valoriza suas características e competências. É por isso mesmo que a autoestima não depende apenas da nossa aparência física. Outros domínios como competência escolar ou no trabalho, desempenho esportivo, capacidade de construir relacionamentos, popularidade, comportamento e aceitação social também são relevantes.

A autoestima começa a ser construída na etapa final da infância — entre os 7 e 10 anos de idade, quando o cérebro alcança um certo nível de amadurecimento. Nesta fase, a criança se torna capaz de recuperar memórias da sua história pessoal e de olhar para “dentro de si”, reconhecendo seus sentimentos, pensamentos e competências, e principalmente entendendo que as outras pessoas têm pontos de vista diferentes dos dela. Essas novas habilidades levam a criança a compreender que ela é boa em algumas coisas e ruim em outras, a fazer comparações de suas características físicas e desempenho com as características e desempenhos alheios. É nessa fase, também, que começamos a ter sentimentos autodirigidos como vergonha, culpa e orgulho.

Por mais que algumas preocupações possam parecer “bobas” para os adultos, elas têm uma proporção muito maior para as crianças, já que são sentimentos novos para elas. Por isso, é importante acolher e ensiná-las a nomear sentimentos, ajudá-las a desenvolver estratégias para lidar com eles. Não há, portanto, uma fórmula mágica para melhorar a autoestima. Da infância à vida adulta, quem somos e nossa autoestima dependerão de um exercício diário de reconhecimento e balanço dos nossos pontos fortes e fracos, na busca de projetos em sintonia com nossos gostos pessoais e ganhos em nossa autonomia e independência. Quer sugerir algum tema? Escreva para mim no Instagram: @dra.camilamagalhaes.

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