Denúncia por obstrução contra Lula não tem provas por incompetência de Janot

  • Por Carlos Andreazza/Jovem Pan
  • 13/07/2018 07h46
Carlos Moura-SCO/STF Carlos Moura-SCO/STF Rodrigo Janot nunca havia comandado um caso penal antes de assumir a PGR, em 2013. Não tinha como dar certo

​Todo mundo sabe que Lula foi absolvido da denúncia de obstrução à Justiça. A sentença do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite traz os porquês.

A acusação oferecida pelo Ministério Público contra o ex-presidente não tem provas – e qualquer um que ler o despacho do magistrado compreenderá que a denúncia não tem provas por incompetência de quem a ofereceu. Na origem da absolvição de Lula está uma apuração pessimamente conduzida, e às pressas, pela PGR de Rodrigo Janot. Como escreve o jornalista Rubens Valente na Folha de S. Paulo, “uma investigação ruim, descuidada.” Não poderia ser mais exato.

A denúncia de Janot remonta a 2016. Num país sério, denunciar alguém significa passo seguinte ao fim do processo de investigação. Na era Janot, raramente foi assim. A sentença do juiz Leite é rica em mostrar como, no afã de jogar pra galera, a PGR de Janot jogou no lixo as delações de Nestor Cerveró e Delcidio do Amaral.

Na era das flechas de Janot, auge dos vazamentos seletivos, o instituto da delação premiada foi pervertido e o conteúdo do que era dito, tratado não como meio para obtenção de prova, mas como prova ela mesma. Não tinha como dar certo.

Em seu artigo, Rubens Valente lembra que Rodrigo Janot nunca havia comandado um caso penal antes de assumir a PGR, em 2013. Não tinha como dar certo. Mas deu certo para Lula neste caso.

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