Felipe Moura Brasil: Coaf escancara hipocrisia do PT

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 13/12/2018 10h09
LG Soares / Alerj Não espero coerência de petista, apenas exibo sua hipocrisia aos ouvintes quando ela já é flagrante

Quando o Coaf identificou a movimentação bancária de 1 milhão e 200 mil reais de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro, e um cheque de 24 mil reais de Queiroz para a futura primeira-dama Michelle, o deputado petista Paulo Pimenta ingressou com uma reclamação criminal na Procuradoria-Geral da República para pedir a instauração de procedimento para investigar se o filho de Jair Bolsonaro e a esposa do presidente eleito receberam repasses de dinheiro ilícito.

Foram divulgados ontem, no entanto, os nomes dos 21 deputados estaduais do Rio citados no relatório do Coaf, e adivinhe de qual partido é aquele cujos assessores movimentaram o maior volume de dinheiro? Do PT, claro. Mais um indício de que o partido geralmente acusa adversários de algo que petistas já fizeram igual ou pior.

Quatro assessores do deputado André Ceciliano, do mesmo PT de Lula, Dilma Rousseff e Paulo Pimenta, movimentaram um total de 49 milhões e 300 mil reais, sendo que a maior parte se refere a entradas e saídas na conta de Elisângela Barbieri, que movimentou 26 milhões e 500 mil reais em sua conta, de acordo com o Coaf.

Já o gabinete do deputado Paulo Ramos, do mesmo PDT de Ciro Gomes, é o segundo da lista, tendo registrado movimentações atípicas de 30 milhões e 300 mil reais, concentradas em maior parte em nome de Luiz Felipe Conde, cuja conta recebeu e retirou 18 milhões e 600 mil reais, segundo o Coaf. O quarto lugar, aliás, também é do PDT.

Já o sexto é do gabinete de Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Lula e hoje deputado estadual no PSB.

O gabinete de Flávio Bolsonaro aparece apenas em décimo sétimo lugar, atrás até do de Eliomar Coelho, do PSOL, que está em 16º, com 1 milhão e 700 mil reais.

Claro que todas essas movimentações têm de ser apuradas e eventuais envolvidos em esquemas ilícitos punidos, sejam eles ou elas quem forem, mas Paulo Pimenta não vai cobrar investigação do petista André Ceciliano e dos demais deputados de velhas linhas auxiliares do PT? Ninguém do partido vai tomar providências similares?

As perguntas são retóricas, obviamente. Não espero coerência de petista, apenas exibo sua hipocrisia aos ouvintes quando ela já é flagrante. O PT não pede investigação de adversários por defender a ética e a moralidade administrativa, mas para tentar obter ganhos políticos e limpar a própria sujeira na eventual sujeira dos outros.

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