Felipe Moura Brasil: Lula é um eterno chicaneiro

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 08/11/2018 08h59
EFE Lula conta com pelos menos três ministros do STF, os suspeitos de sempre, para tentar reduzir sua pena no caso do triplex do Guarujá 

O presidiário Lula conta com pelos menos três ministros do STF, os suspeitos de sempre, para tentar reduzir sua pena no caso do triplex do Guarujá excluindo o crime de lavagem de dinheiro e mantendo apenas o de corrupção, o que poderia render ao petista a progressão do regime fechado para o semiaberto, ou mesmo para a prisão domiciliar.

Isto é o que eles, anonimamente, plantam nos jornais, como se enviassem um recado à cadeia para lembrar que ainda estão zelando pelos interesses do comandante máximo.

O problema para Lula é que seu pedido de liberdade só deverá ser analisado em meados de 2019, após o STJ julgar o caso, e o presidiário já pode ser condenado a qualquer momento por outros crimes nos casos do terreno do Instituto Lula e da reforma do sítio de Atibaia, bancados com propina da Odebrecht, segundo as acusações

Para tentar adiar a condenação iminente no caso do Instituto, a defesa de Lula alega nulidade do interrogatório feito por Sergio Moro e pede à 13ª Vara Federal que o petista seja reinterrogado, dessa vez pela juíza Gabriela Hardt, substituta do futuro ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, já que ela será a responsável pela sentença.

No outro caso, novos depoimentos só pioram a situação do presidiário. Emílio Odebrecht confirmou ontem a Gabriela que aprovou a reforma do sítio de Atibaia.

“O que eu fiz foi aprovar, quando o Alexandrino [o ex-executivo da empreiteira, Alexandrino Alencar] me trouxe o assunto a pedido de Dona Marisa. Se eu não tivesse aprovado, hoje nós não estaríamos aqui tratando desse assunto.”

Emílio Odebrecht relatou também que autorizou o pagamento da reforma do sítio de Atibaia porque tinha uma dívida impagável com Lula. Nas palavras dele: “os intangíveis que o presidente Lula sempre teve com a minha pessoa e com a organização, de poder ter a oportunidade de dialogar com ele, de influenciar (…) as questões no exterior, por exemplo.”

“Ele também ia para alguns países em que nós operávamos. Eu sempre pedi a ele: ‘Reforça as empresas brasileiras, isso vai facilitar nossos programas nesses países.’ Então, um ativo intangível que não tem preço.”

Segundo Emílio, “por todos esses ativos intangíveis”, ele não poderia negar um pedido de Marisa Letícia. “Nem que eu quisesse, poderia negar”, disse ele.

Ativos intangíveis, nesta linguagem mafiosa e canastrona, é a contrapartida particular devida ao ex-presidente pelos favores prestados à empreiteira que tinha contratos públicos. Só faltou Emílio dizer que Lula tinha direito de receber propina.

Léo Pinheiro, da OAS, que também beneficiou Lula, ainda vai depor nesta sexta-feira sobre a reforma do sítio de Atibaia e deverá confirmar o conteúdo da planilha usada pela empreiteira para contabilizar o pagamento da propina ao petista.

As provas são tangíveis contra Lula, o “Amigo” de Emílio. E é por isso que seus advogados, em todas as esferas, apelam ou ameaçam apelar a chicanas jurídicas.

Felizmente, Moro e Bolsonaro apoiam a tramitação do projeto para explicitar na Constituição a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, o que pode impedir outra chicana do STF para libertar Lula, independentemente de seus crimes.

Ativo intangível de verdade é o que Moro tem com os brasileiros.

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