Felipe Moura Brasil: ‘Suástica fake’ desmoraliza Haddad

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 25/10/2018 07h42
Divulgação No dia 8 de outubro, uma jovem, de 19 anos, registrou um boletim de ocorrência porque, segundo ela, três homens a teriam rendido e marcado sua barriga com uma suástica. O laudo técnico da Polícia Civil, no entanto, diz o caso se trata de automutilação Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou por falsa comunicação de crime a jovem de 19 anos marcada com uma suástica

No dia 10 de outubro, quatro dias após a votação do primeiro turno que levou Fernando Haddad a enfrentar Jair Bolsonaro no segundo, escrevi no Twitter:

“Não é difícil para manipuladores colocar militantes para barbarizar fingindo serem apoiadores do adversário político que pretendem culpar e destruir. Que a hipótese não seja sequer considerada, nem quando eles não são identificados ou nada se sabe deles, é amadorismo ou cinismo.”

O ator e militante do PT José Abreu, referindo-se ao meu comentário, afirmou na rede social que “Finalmente o jornalista com nome de colírio assume que é um fascistinha de quinta”. Como não dou a menor pelota para xingamentos de cuspidores, escrevi no dia 11:

“A imprensa petista repercute pichações e cartazes preconceituosos atribuídos a apoiadores de Bolsonaro, que, obviamente, não são identificados e que só teriam a perder com essas ações curiosamente repentinas no segundo turno. Ninguém é mais suspeito que os interessados em demonizá-lo.”

No mesmo dia 11, escrevi também:

“Estratégia de forjar ataques de supostos apoiadores não identificados, ou dos quais pouco ou nada se sabe, e que muito menos têm ligação direta com o adversário político que se quer culpar, mostra apenas o desespero da militância sem escrúpulos e a inocência perversa dos crentes.”

No dia 14 de outubro, uma capela de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, amanheceu pichada com suásticas, enquanto calçadas e muros próximos a ela estavam pichados com frases contrárias a Bolsonaro como “Ele Não” e “Ele Jamais”.

Os três suspeitos identificados confessam as pichações contra o candidato e se contradizem com relação à ação na capela, segundo a polícia civil. Mas tudo leva a crer que os pichadores anti-Bolsonaro picharam os símbolos nazistas para culpar apoiadores do presidenciável, com frequência xingado de Hitler pelos adversários.

Já ontem, 24 de outubro, o delegado Paulo César Jardim, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, indiciou por falsa comunicação de crime a jovem de 19 anos marcada com uma suástica, que havia alegado ter sido agredida por supostos apoiadores de Bolsonaro.

O laudo do Instituto Geral de Perícias indica que ela se automutilou.

Na primeira propaganda eleitoral de Haddad no segundo turno, no dia 12 de outubro, a apresentadora havia narrado que “nos últimos dias” multiplicaram-se os ataques “motivados pelo ódio de alguns seguidores do candidato Jair Bolsonaro”.

“Diversas mulheres passaram a ser agredidas nas ruas do país. Uma jovem de 19 anos afirmou ter sido arrastada por três seguidores de Bolsonaro e teve uma suástica nazista entalhada no seu corpo com um canivete.”

Haddad ainda havia afirmado no Twitter, no dia 10, que a jovem foi praticamente sequestrada por três apoiadores do Bolsonaro, mas, questionado ontem à noite por jornalistas sobre a conclusão da polícia, ele respondeu apenas:

“O caso eu lembro, mas eu não li nada disso.”

Ou seja: Haddad recorreu ao mesmo expediente do desconhecimento que usou na véspera, quando questionado sobre seu colega Wadih Damous ter defendido o fechamento do Supremo. Em vez de desautorizar outros petistas e pedir desculpas por repercutir fake news, o candidato prefere se fazer de sonso.

Vai ver, estudou teatro com José de Abreu.

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