Menos uma sem-vergonhice em nossas universidades

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 13/03/2018 09h02 - Atualizado em 13/03/2018 10h28
Pixabay Mão escrevendo em um caderno Defender diversidade expulsando quem pensa diferente é de uma hipocrisia sem limite

O juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, acolheu pedido do movimento Escola Sem Partido e proibiu que a Universidade Federal de Lavras (a UFLA), em Minas Gerais, expulse qualquer calouro que se recusar, por razões de convicção filosófica ou religiosa, a participar de oficinas organizadas pela Coordenadoria de Assuntos de Diversidade e Diferenças.

Entre os temas dessas oficinas estão “Questões de Gênero”, “Gênero e Sexualidade”, “A Política de Cotas na Universidade Brasileira”, “História das Lutas do Movimento LGBT” e “Mulheres fazem e contam a História: Saberes, Ciência e Movimentos Sociais”.

A UFLA, sob comando do reitor José Roberto Soares, havia citado em seu site uma resolução do próprio Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, segundo a qual – aspas – “o estudante que deixar de comparecer às atividades de recepção de calouros será automaticamente desvinculado do curso e da Universidade” – fecho aspas.

O juiz Waldemar afirmou que esse artigo da resolução – aspas – “mostra-se arbitrário, desproporcional e nada razoável, na medida em que cria, sem qualquer respaldo legal, uma nova forma de jubilamento sumário” – fecho aspas.

A decisão judicial foi tomada com base nos incisos VI e VIII do artigo 5º da Constituição Federal, que trata das liberdades de consciência e de crença.

A UFLA conseguiu ser ainda pior do que a UnB e demais universidades públicas que criaram a disciplina petista sobre o que chamam de “golpe” de 2016, porque elas, pelo menos, não obrigaram os alunos a participar.

Defender diversidade expulsando quem pensa diferente é de uma hipocrisia sem limite.

Agora: quem deveria ter ajuizado a ação contra a doutrinação forçada na UFLA era o Ministério Público Federal, que, no entanto, faz vista grossa a esse tipo de abuso, porque está repleto de militantes de esquerda, como Deborah Duprat, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, que costumam ficar ao lado de reitores e professores militantes contra o cidadão matriculado em escola ou universidade.

O movimento Escola Sem Partido, acusado injustamente de censura por defender que se pendure em salas de aula uma listinha nada intrusiva com os deveres do professor, ajuizou a ação em lugar do MPF e acabou evitando, esta sim, uma censura de calouros com expulsão.

Parabéns ao juiz Waldemar e ao Escola Sem Partido.

Menos uma sem-vergonhice em nossas universidades.

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