O terror deve ser chamado pelo nome

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 09/03/2018 10h42 - Atualizado em 09/03/2018 11h07
Divulgação Divulgação Enquanto o terror não for chamado pelo nome, ele seguirá avançando impunemente

Sou solidário ao jornal O Globo, vítima de um ataque terrorista perpetrado por centenas de membros do MST contra seu parque gráfico no Rio de Janeiro na quinta-feira, uma parte deles armados com facões.

Lamento, no entanto, que, mesmo alvejado, o jornal ainda tenha tratado como “manifestantes” os terroristas que invadiram o local, atearam fogo em pneus ao redor de um totem e picharam piso, paredes, vidraças e móveis, entoando palavras de ordem.

É como se O Globo legitimasse o ataque que sofreu.

Tanto é assim que o próprio jornal, ao noticiar a reação do conglomerado que integra, afirmou que o Grupo Globo “manifestou firme repúdio ao ataque”. Quer dizer: tanto o repúdio quanto o ataque são tratados como manifestações.

O Grupo Globo, pelo menos, chamou a do MST de “ataque à imprensa livre” e “clara tentativa de intimidação, um ato que atropela a legalidade e o estado de direito democrático”. E cobrou “rigorosa apuração das responsabilidades pelas autoridades responsáveis”.

Mas foi pouco.

O dono da Riachuelo, Flávio Rocha, sim, reagiu à altura do ataque do MST a uma fábrica da rede de lojas em Natal.

Confira.

“Acabei de ter a notícia [de] que um grupo de vagabundos invadiu a nossa principal unidade de produção lá em Natal. Armados de facas, de foices, de machados, tentavam impedir a entrada para trabalhar de 7 mil trabalhadores ordeiros.

Eu quero dizer, quero dar um recado a esse grupo de vagabundos que tentam me intimidar: que não vão conseguir. Só aumentam minha disposição de luta para continuar lutando para que o Brasil tenha um presidente, tenha autoridades que fechem a torneira de dinheiro público para esse grupo terrorista, de bandidos. Não é possível que o trabalhador brasileiro sue a camisa para pagar impostos para financiar esse grupo de marginais que deveriam estar na cadeia, que nada constroem e só destroem”.

Pois é. O Globo deveria ter transcrito as palavras de Flávio Rocha e publicado como editorial.

Enquanto o terror não for chamado pelo nome, ele seguirá avançando impunemente.

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