Inflação encerra 2021 em dois dígitos: veja os itens que mais subiram

Todos os grandes grupos (alimentos, vestuário, itens de moradia, transportes, saúde e serviços) mostraram avanço nos preços; combustíveis e energia elétrica foram os vilões

  • Por Fernanda Consorte
  • 11/01/2022 18h42 - Atualizado em 11/01/2022 19h28
Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo - 11/01/2022 Uma mulher e seu filho pré-adolescente circulam de máscara pelo corredor dos tubérculos em supermercado No fechamento do ano, o IPCA acumulou alta de 10,06%, muito acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central

Nesta manhã, tivemos, via IBGE, o IPCA de dezembro de 2021, que ficou em 0,73% acima da mediana esperada pelo mercado. Algo que já até parece costumeiro. Todos os grandes grupos (alimentos, vestuário, itens de moradia, transportes, saúde e serviços) mostraram avanço nos preços naquele mês, com destaque para o impacto dos alimentos e bebidas, que costumam ter uma pressão mais evidente no final do ano por conta da sazonalidade. Por outro lado, transportes e vestuários também contribuíram fortemente com o resultado do mês. O primeiro, vale mencionar, mostrou até certo alívio pela queda de preços em combustíveis. Porém, ainda por sazonalidade, passagens aéreas e transportes por aplicativos mostraram que o isolamento social ficou no passado. 

Com isso, no fechamento do ano, o IPCA acumulou alta de 10,06%, muito acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 5,25% (bem acima do registrado no ano anterior, de 4,52%). Para vocês terem uma ideia, no início do ano passado as projeções de mercado indicavam que o IPCA terminaria 2021 em 3,32%! Ou seja, os resultados vieram acima do esperado ao longo de todo 2021. Verdade que ao longo de 2021 tivemos o vilão “combustível”. A gasolina subiu quase 50% ano passado, e o álcool (etanol), 62%. Mas, olhem só: veículos novos e usados subiram cerca de 15%; passagens aéreas, 17%; e a consequência de tudo isso foi que os transportes de aplicativos reajustaram seus preços em 33%. Aja bolso!

Outro vilão da inflação foi a conta de luz. Para quem não se lembra, apesar de muitos Estados estarem sofrendo pelas chuvas, que não cessam há semanas, tivemos em 2021 a crise hídrica. Porque no Brasil é assim, ou é a seca, quando começamos a nos questionar se haverá água ou é a chuva, que leva tudo embora… E, durante a crise hídrica, tivemos reajustes nas contas de luz de mais de 20%. A lista não acaba por aqui: alimentos e bebidas, que em 2020 nos deixaram de cabelo em pé, seguiram crescendo em 2021 (quase 8%). Finalmente, móveis e eletrodomésticos quiseram deixar sua marca e subiram cerca de 15%.  

O que não doeu tanto assim no nosso orçamento? Educação e comunicação tiveram reajustes de médio ou baixo, de 2,4% e 1,4%, respectivamente. Mas em 2022, podem surpreender. Aliás, a expectativa é que a inflação siga pressionada neste ano, com variação menor, mesmo porque teremos uma taxa de juros bem mais elevada. Mas, ainda assim, acima da meta. Apenas a título de curiosidade, o índice IPCA deriva da pesquisa da cesta média de produtos adquiridos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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