Como manipular pesquisas eleitorais? Distorção da realidade beneficia o candidato queridinho da mídia

Enquetes que apontam favoritismo de Lula podem utilizar amostragem viciada e quantidade muito reduzida de entrevistados, sobretudo em ligações telefônicas

  • Por Jorge Serrão
  • 04/10/2021 12h55 - Atualizado em 04/10/2021 14h05
Vincent Boson/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 02/10/2021 Cinco jovens manifestantes (dois homens e três mulheres), todos de preto, levantam cartazes contra Bolsonaro na Avenida Paulista Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 8 mil pessoas foram à Avenida Paulista protestar contra Jair Bolsonaro

Quem assistiu à edição de sábado (2 de outubro de 2021) do “Jornal Nacional”, da Rede Globo, ficou com a certeza, a plena convicção, de que ocorreu, nas grandes cidades brasileiras e nas principais capitais do resto do mundo, uma expressiva manifestação popular contra o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro. A reportagem chegou a falar de “10 quarteirões ocupados na Avenida Paulista”. Apelou para imagens aéreas, bem editadas, que não conseguiam esconder os grandes espaços vazios de gente… Fato ou fake? O lendário personagem de Chico Anysio, o Pantaleão, indagaria para a esposa, depois de contar uma lorota: “É mentira, Terta?”… Nem a submissa mulher, que era conivente com as versões falsas da realidade descritas do marido, conseguiria responder, alongando a pronúncia enfática da palavra: “Veeeeeeeeerrrrrrrrdaaaaaaaadiiiiiiiii”.

A objetiva e concreta realidade universal permanente comprovou que a Globo, apenas para variar, praticou a fake news (que tanto condena, hipocritamente). O curioso é que nenhuma agência de fact checking (checagem de fato), normalmente composta por jovens ativistas digitais contaminados pela ideologia de esquerda, conseguirá a proeza de proclamar que o “jornalismo global” falou a verdade sobre os eventos contra Bolsonaro. De novo, foram “minifestações”. Os atos não atraíram multidões. A Globonews ainda tentou justificar a baixa presença de gente com o argumento pseudocientífico: “Rejeição não significa engajamento”. Acontece que, como bem observa o jornalista conservador Paulo Briguet, “quem precisa de povo na rua, se tem a urna, a mídia e a Suprema Corte nas mãos”?

Se algum instituto realizou “pesquisas” em 2 de outubro, entrevistando uns 2 mil “militontos” ou petralhas nos atos “interplanetários” contra o “Bozo”, certamente será sovieticamente produzida a certeza de que Lula é favorito absoluto a vencer a eleição presidencial de 2022. Companheiro $talinácio, que não compareceu às “minifestações”, atingiria, facilmente, 113% das intenções de voto. Acontece que os institutos nem precisam apelar tanto para conseguir um resultado triunfal para seu candidato favorito (perdão pela redundância). Basta copiar a amostragem “cientificamente usada” em enquetes passadas, como a feita na véspera do segundo turno da eleição de 2018, quando havia uma polarização entre apenas dois candidatos. A amostragem distorce a realidade, beneficia o petista, dá um terço para Bolsonaro e ignora o que seria o percentual vencedor (indecisos e quem não pretende comparecer à eleição, a turma da abstenção). Viva a “estatística”… É matemágica na matemática!

Pouco importa se a “pesquisa” (entre aspas) é fato ou fake. O importante é que os números dela, cuidadosamente manipulados, servem como arma de propaganda. Trata-se do velho “realismo soviético” aplicado à marketagem política. O efeito é induzir a vontade da parte indecisa da opinião pública. A proclamação de um pretenso “vencedor” (novamente entre aspas) conta com o apoio do jornalismo (tanto o sem-noção como o criminoso, pejorativamente conhecido como “jornalixo” ou “jornazismo”). Resumindo: Enganar é fácil! Mas só otário aceita a mentira!

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