Agronegócio monitora situação entre Ucrânia e Rússia

Risco de conflito tensiona mercado do trigo, milho, petróleo e gás natural

  • Por Kellen Severo
  • 28/01/2022 08h46
EFE/EPA/STANISLAV KOZLIUK Soldado ucraniano na linha de frente Soldado ucraniano na linha de frente perto da aldeia de Avdiivka, não muito longe da cidade controlada por militantes pró-Rússia

A crise envolvendo a Rússia e a Ucrânia está no radar do agronegócio. O setor sente os efeitos da situação por duas vias principais: preços das commodities agrícolas no mercado internacional e custos de produção via petróleo e gás natural. A tensão no mercado aumentou nos últimos dias por causa do risco de conflito envolvendo os dois países. A Rússia nega que tenha a intenção de invadir a Ucrânia, mas os Estados Unidos e países membros da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) dizem estar preocupados depois de identificarem a presença de mais de 100 mil soldados russos em exercício militar perto da fronteira ucraniana.

O agronegócio monitora a situação pelos impactos na formação de preços de alimentos como grãos. A Ucrânia é a quinta maior produtora de milho do mundo e a sexta maior de trigo. A Rússia também é super importante no mercado do trigo, ocupando o quarto lugar entre os maiores produtores. O mercado internacional tem reagido ao risco de conflito com alta de preços, já que se a situação escalar poderá haver restrição às exportações  e menor oferta. O resultado é a tendência de alta para preços desses alimentos, avaliam diferentes consultorias.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou que o confronto entre os dois países pode prolongar a alta da inflação global. O agro já sente os efeitos dessa inflação nos custos de produção, com escassez e encarecimento de insumos. Caso o conflito entre Rússia e Ucrânia se materialize, a pressão ficará maior, já que a Rússia é um dos principais produtores globais de petróleo e gás. O petróleo, inclusive, atingiu nesta semana a máxima cotação em 7 anos, refletindo também essa situação. A energia para combustíveis e matérias primas deverá se manter elevada. Se de um lado o preço das commodities sobe, de outro os custos já altos podem ficar ainda mais pesados para os agricultores. Para os consumidores não há sinais de alívio no preço do alimento de cada dia.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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