Marco Antonio Villa: Vergonha é Eduardo Bolsonaro, não o brasileiro que vai para os EUA trabalhar

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2019 10h27 - Atualizado em 18/03/2019 10h29
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Filho do presidente também viajou para os Estados Unidos

Marco Antonio Villa criticou nesta segunda-feira (18) a ideia de liberar o acesso ao Brasil de norte-americanos sem visto e a manifestação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) de que o brasileiro que migra ilegalmente para os Estados Unidos é uma vergonha. Filho do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar também está em comitiva que viajou a Washington para se reunir com Donald Trump.

“A questão do visto. Sem reciprocidade? Quer dizer que americano entra no Brasil sem visto e o brasileiro [não pode fazer o mesmo]? Aí, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro, diz que o brasileiro que é imigrante clandestino nos EUA é uma vergonha. Vergonha é você, Eduardo, que põe boné do Trump. Você é uma vergonha, não o brasileiro que vai lá trabalhar. É inacreditável a irresponsabilidade.”

Para o comentarista da Jovem Pan, a viagem de Jair Bolsonaro foi “mal planejada porque tem à frente do Itamaraty um embaixador júnior, Ernesto Araújo, que não tem competência para tal. Uma viagem oficial teria de ser precedida por uma série de reuniões preparatórias que construíssem uma agenda positiva e também atividades que que significassem uma apresentação das principais questões econômicas do Brasil ao mundo norte-americano.”

“Porém, o incapaz Ernesto Araújo é um elemento que não tem a mínima noção do que é o Itamaraty nem da sua história. Desde Jânio Quadros, passando pelo governo militar, desde que os diplomatas assumem efetivamente a direção da política externa brasileira ficou muito claro que a política externa brasileira se chocava com os Estados Unidos”, afirmou, em relação aos interesses políticos e econômicos nacionais.

De acordo com Villa, a irresponsabilidade do governo coloca em risco a segurança nacional brasileira. “Esta viagem está sendo desastrosa e, não o digo com prazer, os resultados serão desastrosos.” Se Bolsonaro pensa que os EUA vão apoiar o pleito do Brasil de ingressar Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ou de reduzir taxação de produtos, ele já “pode tirar o cavalo da chuva”.

“A política de Trump é protecionismo: os Estados Unidos primeiro e depois o resto. E o Brasil está lá embaixo nesse resto. É necessário acabar com essa subserviência, não importa a quem.” A reunião entre Jair Bolsonaro e Donald Trump, na Casa Branca, está prevista para esta terça-feira (19). O presidente brasileiro chegou a Washington no domingo (17) e participou de jantar com extremistas da direita dos EUA.

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