Constantino: Deputados mostraram que não ligam para a pressão das ruas

  • Por Jovem Pan
  • 19/09/2019 09h50 - Atualizado em 19/09/2019 10h05
Agência Câmara Deputados mantiveram no texto a autorização para diversos usos do Fundo Partidário

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (18), a reforma partidária e eleitoral que afrouxa as regras de fiscalização de gastos partidários e impõe um teto de multas para os partidos que descumprirem a prestação de contas. Agora, o texto segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

“Eles tinham colocado muitos bodes horrorosos na sala, e suprimiram pelo menos três ou quatro dos mais feios, mas o resto todo que continuou e foi aprovado por 252 votos a 150 contrários continua sendo, ainda, horroroso. É um escárnio, é virar as costas para a democracia. Eu acho curioso, inclusive na imprensa, às vezes, a gente vê, ‘a sociedade impediu o financiamento privado de campanha’. Então a sociedade tinha que dar uma resposta e a sociedade, agora, escolheu, esse caminho do fundo partidário eleitoral. Não é a sociedade. A gente tem que ver a política sem romantismo. A verdade é que, primeiro, uma canetada de poucos ministros do Supremo impediu o financiamento privado e aí, agora, 252 deputados reunidos em privado, em portas fechadas, acabam também decidindo algo que vai contra a sociedade. Então essa narrativa não se sustenta.

Continuam as brechas ali, para caixa 2. Tudo bem, realmente, agora cada um não precisa apresentar sua contabilidade à sua maneira. Olha o absurdo que tinha no projeto. Mas você continua podendo pagar reforma, advogado… Então tem um monte de brechas que você permite, realmente, esquemas de caixa 2, lavagem de dinheiro, baixa transparência vai tudo na contramão da demanda daquilo que se passou a chamar de nova política. Então esses deputados mostram, de fato, que não ligam a mínima para a pressão das ruas. Eles estão brincando com fogo. Eles não sabem o que vai gerar, nas ruas, esse tipo de escárnio. A população está saturada. Esse tipo de decisão transforma a vida de quem defende as instituições do país muito difícil, porque isso é lenha na fogueira revolucionária e atiça os ânimos de quem é contra as instituições”, disse Constantino.

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