Constantino: Direita precisa abraçar causa ambiental para afastar radicais que pregam ‘ameaça climática’

  • Por Rodrigo Constantino/Jovem Pan
  • 06/06/2019 07h34 - Atualizado em 06/06/2019 08h51
EFE Comentarista avalia questões 'alarmistas' de esquerdistas sobre causas ambientais

É muito mais fácil “salvar o planeta” do que arrumar o quarto. A esquerda, encantada com a sua visão estética de mundo, prefere abraçar as causas nobres por meio de abstrações em vez de arregaçar as mangas e produzir resultados concretos mais singelos e humildes. É por isso que a “ameaça climática” e o “aquecimento global” geram tanta histeria em quem gosta de viver dos sonhos grandiosos em vez de trabalhar para limpar a sujeira da própria rua.

Nesta quarta tivemos o Dia Mundial do Meio Ambiente, data propícia para essa reflexão. Os “estéticos” estavam lá, como sempre, fazendo alarmismo e pregando soluções mágicas para problemas reais ou imaginários, como se mais estado ou um governo mundial fossem resolver as supostas ameaças climáticas. Já uma certa direita acha que nenhuma preocupação com o meio ambiente se justifica, o que é bobagem também.

O filósofo conservador Roger Scruton tem um livro sobre o assunto, How to Think Seriously About the Planet, mostrando como os conservadores precisam resgatar o discurso em prol do meio ambiente, para não deixar o monopólio da causa com a esquerda. O que se deve debater são os meios, a abordagem, e quais as prioridades.

Preocupar-se com o meio ambiente é absolutamente legítimo. Temer mudanças no habitat por conta da evolução urbana idem. O problema é quando isso vira bandeira ideológica ou seita religiosa, monopolizando tais fins nobres e impedindo um debate construtivo sobre o tema. Infelizmente, é o que muitos ambientalistas fazem.

O autor descarta as “soluções” radicais daqueles que sempre se imaginam no comando das coisas, no poder global, sem levar em conta outros valores, tais como as liberdades individuais. Para Scruton, os esquemas globais propostos pelos ambientalistas representam uma ameaça à democracia.

Avançar no saneamento, com universalização da coleta e tratamento do esgoto; melhorar a qualidade do ar nos grandes centros urbanos; aumentar as áreas verdes nas cidades: temas importantes para a qualidade de vida e a saúde das pessoas, além de essenciais à preservação do meio ambiente e da biodiversidade.

Dá mais trabalho, tem menos charme, não conquista tantos “likes” e tampouco os aplausos de atores de Hollywood, mas é o que funciona e do que precisamos. O ar que respiramos e o saneamento básico são temas bem mais relevantes do que o “iminente derretimento da Terra”.

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