Constantino: Educação não precisa de mais recursos, mas de revisão

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2019 09h51 - Atualizado em 03/12/2019 09h57
Sérgio Castro/Estadão Conteúdo Fuvest - Vestibular (Sérgio Castro - Estadão Conteúdo) O Brasil gasta dentro da média da OCDE, mas gasta muito mal

O Brasil registrou, em 2018, uma leve melhora nas pontuações de leitura, matemática e ciências no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Apesar disso, apenas dois a cada 100 deles atingiram os melhores desempenhos em pelo menos uma das disciplinas avaliadas. Os resultados da avaliação, que é referência mundial, foram divulgados nesta terça-feira (3) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Infelizmente ninguém fica surpreso com isso. O Brasil está há uma década patinando, sem conseguir melhorar esses indicadores. Nós ficamos em níveis no fim do ranking – 57 leitura, 66 ciências, 70 matemática, tudo isso de 79 países. Ou seja,  nós somos o patinho feio no mundo. Isso se deve a vários fatores: o Brasil tem um dos maiores índices de indisciplina do mundo. Bagunça em sala de aula, mesmo. Os professores são muito mau preparados e não gozam do devido prestígio social que a profissão deveria carregar e carrega em outros países.

Não se gasta pouco no Brasil, ao contrário do que muitos falam. Muitos acham que a solução para a educação é só jogar mais recurso público no setor, mas isso não é verdade. O Brasil gasta dentro da média da OCDE, mas gasta muito mal, muito concentrado nos estudos superiores e muito pouco no fundamental, fazendo com que os alunos cheguem despreparados.

As elites podem achar que está tranquilo, porque é uma diferença muito grande em relação aos pobres e os ricos, mas veja – e isso é alarmante: a elite, os considerados ricos no Brasil, figuram em notas muito piores, na média, do que os pobres dos países desenvolvidos ou ate mesmo países asiáticos, que lideram os rankings.  A China apareceu despontando nessa nota, melhorou muito – o que mostra que não precisa só de dinheiro. São regiões pobres da China que ficaram bem na foto.

Então precisa mudar tudo. Isso é uma fotografia, um filme da desgraça, do fracasso da educação brasileira, que está, há décadas, dominada pela mentalidade progressista que tem o patrono que merece: o comunista Paulo Freire, que tentou importar a visão de luxa de classes marxista para dentro de sala de aula. Então essa coisa de democratização do ensino, acusar tudo de elitismo, o resultado é esse: um bando de analfabetos. 43% dos alunos não sabem sequer compreender o básico que estão lendo, não entendem o básico de matemática.

Como vamos competir em um mundo globalizado com esse tipo de formação? Está tudo errado, tem que rever tudo, do começo ao fim, e isso não passa por jogar mais dinheiro do governo no setor – e sim rever tudo o que tem sido feito”, disse Constantino.

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