Constantino: FHC sempre nutriu simpatia por Lula

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2019 09h31 - Atualizado em 18/11/2019 09h38
ESTADÃO CONTEÚDO Fernando Henrique Cardoso. Idoso de cabelos brancos falando ao microfone. Foto do rosto dele de perfil. Ex-presidente afirma ter visão de centro, mas flerta com a esquerda

FHC [Fernando Henrique Cardoso] torce por Lula ‘conciliador’ e afirma estar disposto ao diálogo, dizia a chamada da revista Época dessa semana. Ex-presidente espera que petista não volte com fundamentalismos, estampava o subtítulo. A Época perguntou à FHC se ele vê Lula como conciliador ou incendiário, e o tucano respondeu: ‘O Lula não é incendiário, ele é verbalmente incendiário porque é do poder. Como estilo político e humano, no entanto, não é a tendência de Lula ser incendiário. As pessoas, às vezes, o pintam de guerra, mas não é assim. Não conheço Bolsonaro, e não quero avançar como ele é. Visto de fora, dá a impressão de que ele é mais guerreiro, mais intransigente, acredita em uns fantasmas. O Lula acredita nele’, disse.

FHC sendo FHC. Tucano sendo tucano. Sempre covarde na hora de enfrentar essa corja, essa esquerda jurássica petista. O fato é que FHC sempre nutriu simpatia por Lula, pessoal e intelectual. E mesmo sendo alvo constante de ataques por parte do PT, sempre deu um jeito de defendê-lo, tal qual uma mulher de malandro, que apanha e pede mais. Não vamos esquecer que FHC foi uma importante voz contra o impeachment de Lula em 2005, após o Mensalão. Quanta desgraça teria sido evitada se o impeachment prosperasse ali, no começo de seu governo, após o escândalo de compras de votos no Congresso.

FHC, que virou uma espécie de ‘comentador’ geral da República, dando uma entrevista por semana, no mínimo, sempre encontra uma forma de poupar o atual presidente e poupar Lula. O ‘centro’, que ele defende como uma alternativa a essa polarização, é uma esquerda progressista, que se mostra incapaz de bater de frente com a quadrilha petista. O que chamam de centro é, portanto, esquerda mesmo: como Marina Silva, Luciano Huck, etc.

Nos Estados Unidos, seria o partido democrata. Obama, Elizabeth Warren, até mesmo Bernie Sanders. Ou seja: uma esquerda cada vez mais radical, que prega tudo grátis por meio do Estado, financiado pelo avanço de impostos sobre os mais ricos. Essa turma que chama Trump de radical e ameaça à democracia e prega como solução o socialismo.

Mas FHC é adorado pela grande imprensa assim como Obama, nos Estados Unidos. A mesma mídia mainstream que odeia Trump e Bolsonaro, que encontra pelo em ovo para atacá-los e, depois, não entender porque a credibilidade só cai e o público busca alternativas nas redes sociais. Enquanto a opção de ‘centro’ for alguém que alivia a barra dos golpistas do Foro de São Paulo e de gente que se inspira na ditadura venezuelana, ninguém minimamente atento poderá ficar surpreso com a eleição de figuras como Trump e Bolsonaro”, avaliou Constantino.

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