Constantino: Funcionarismo público precisa de mais produtividade e meritocracia

  • Por Jovem Pan
  • 22/10/2019 09h13 - Atualizado em 22/10/2019 09h46
Fátima Meira/Estadão Conteúdo Depois da Previdência, serviço público produz o maior gasto da União

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, recentemente, que deseja que as mudanças na reforma administrativa englobem todo o percurso do trabalhador no serviço público.

“O ministro está com a cabeça certa. O segundo maior gasto da União, depois da Previdência, é o funcionarismo público – são 22% do total dos gastos, mais de R$ 300 bilhões por ano e subindo a todo ano. Então ele quer trazer mais dinamismo para esse departamento, para essa gestão de RH que virou, basicamente, o governo, a menos que seja uma administração de RH com mais dinamismo e menos estabilidade de emprego para você poder cobrar maior produtividade e instituir mais meritocracia no setor público.

Isso é fundamental. Nós temos mais de dez faixas salariais, hoje, em 300 carreiras dentro do governo. O que acontece? O sujeito é um ‘concurseiro’, ele vai lá e decora apostilas, esse é o grande mérito dele, ser um robô de memória, passa no concurso e depois tem todo um trânsito garantido, dentro desse setor público, onde precisa agradar mais os chefes do que entregar bons serviços. Isso é a realidade de hoje.

Então o que o ministro e a equipe estão querendo mudar é exatamente isso: é fazer uma entrevista mais rigorosa, com algum fato mais subjetivo, cobrando experiência individual de cada um. É óbvio que você adicionar uma questão de maior arbitrariedade na hora de julgar quem tem capacidade ou não de entrar para um cargo, isso aumenta o risco – se na frente for um governo como o PT, por exemplo – de colocar, como desculpa, só os seus amigos próximos e protegidos.

Apesar disso, da forma que temos hoje, entra um bando de gente que decorou um monte de coisa e depois fica lá sem nenhuma relação com aquilo que entrega. E é isso que o ministro está querendo mudar, além de desvincular o gasto obrigatório e poder, para a frente, reduzir despesas. Claro que isso vai servir só para quem entrar agora no setor público, e não para quem já está lá – já que existem os direitos garantidos e isso eles não vão mudar -, mas o governo setá tratando isso como reforma estrutural do setor público, o que é muito bem vindo”, avaliou Constantino.

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