Constantino: Miséria é a maior praga de todas e se combate com o livre mercado

  • Por Rodrigo Constantino/Jovem Pan
  • 21/03/2020 09h31 - Atualizado em 21/03/2020 14h08
Vincent Voegtlin/EFE De acordo com o comentarista, estão mais preocupados em não ser acusados de preconceito do que com a prevenção de novas pandemias

O deputado federal Eduardo Bolsonaro pode ter atacado o governo chinês como uma cortina de fumaça para desviar a atenção dos erros cometidos pelo seu pai. E pode ter tido pouco tato diplomático em um momento delicado. Ele pode ter tido as intenções erradas e um timing inadequado.

Mas precisamos falar sobre a origem do coronavírus, sim. Não é por picuinha ou por temer o risco de melindrar o regime chinês, que estaria nesse momento distribuindo equipamentos para o combate a epidemia. Se não for no momento do pânico, poderá ser tarde demais. E aí corremos o risco de novas pandemias.

Muitos jornalistas estão tentando mascarar a responsabilidade chinesa nessa pandemia. Ela poderia ter ocorrido em qualquer lugar, alegam. E reforçar sua origem chinesa seria cinofobia. Balela.

Estão mais preocupados em não ser acusados de preconceito do que com a prevenção de novas pandemias. É justamente por conta dessa desinformação, e pela postura de boa parte da mídia, que devemos tratar das causas da doença, sim.

Um estudo cientifico publicado pela Nature concluiu que há uma probabilidade enorme do covid-19 ter mesmo surgido pelo consumo de carnes exóticas em Wuhan. Não foi a primeira vez e não será a ultima. Comer morcego ou rato pode ter virado parte da cultura, mas surgiu como ato desesperado da miséria causada pelo regime comunista.

A primeira lição importante é que a miséria é a maior praga de todas e, felizmente, sabemos como combatê-la: com o livre mercado capitalista. Não obstante, é crucial impor restrições a esses mercados exóticos.

Videos circulam nas redes sociais e são asquerosos demais para compartilhar aqui. Não é razoável aceitar passivamente esses hábitos nojentos como culturais — especialmente agora que sabemos uma parte do custo disso pro resto do mundo.

Mas há um segundo motivo, que diz respeito a essa narrativa abjeta e ideológica: eu descobri no Jornal Nacional que a ditadura chinesa é altruísta. Ofereceu ajuda ao mundo todo para enfrentar o vírus que se espalhou e virou pandemia por omissão criminosa do regime opressor chines. Deram duas vezes destaque para isso.

Talvez para atingir o presidente Bolsonaro. Mas fiquei perplexo com a incoerência. Se o regime chinês é tao bom assim, porque a mesma emissora ataca o suposto viés autoritário de Bolsonaro?

Na China, a emissora não poderia ataca o governo como faz no Brasil. Será que ela gostaria que Bolsonaro agisse com os valores humanitários do presidente chinês? Não é hora de covardia. O custo humanitário e econômico do vírus chinês já é incalculável e deve servir ao menos para uma dura reavaliação da conduta do regime chines no mundo, especialmente em uma época que tantos jornalistas elogiam o modelo chinês fazendo vista grossa aos seus abusos constantes.

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