Constantino: Vitória da esquerda em Portugal revela memória curta

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2019 09h38 - Atualizado em 07/10/2019 09h54
EFE António Costa conseguiu ser reeleito neste domingo

O Partido Socialista (PS), do primeiro-ministro António Costa, venceu novamente as eleições gerais para a presidência de Portugal neste domingo (6). Apesar de não ter alcançado maioria absoluta no parlamento, a siga conseguiu eleger mais parlamentares do que todos os partidos de direita reunidos.

“Infelizmente, na minha opinião, a esquerda está em alta em Portugal. Vem desde 2015 em uma gestão razoável, não é uma coisa louca – apesar dessa geringonça que foi criada, nessas eleições, inclusive com partidos de extrema esquerda no pacote. O PS, o Partido Socialista, quase conseguiu se livrar dos demais, como o Partido Comunista, quase obtendo maioria absoluta, mas não chegou a ter. Isso significa que ele vai ter que compor o governo com outras siglas, talvez com a mesma geringonça – o próprio Costa disse que a eleição mostrou que os portugueses estão contentes com a geringonça.

Eles vem fazendo uma gestão razoável na área econômica também, não são desvairados como alguns psolistas no Brasil, é um partido mais social-democrata do que socialista de fato. Mas, como quase sempre, a esquerda faz o estrago e a direita vem concertar com a austeridade, tão demonizada. E aí isso é impopular, é uma fase de ajuste, e abre espaço para a volta da esquerda.

É mais ou menos o que aconteceu em Portugal: as pessoas estão com memória curta, esquecem que o José Sócrates foi preso por esquema de corrupção, inclusive envolvendo o PT, a Odebrecht – o mesmo que conhecemos tão bem no Brasil -, a esquerda não entregou bons resultados, o dever de casa foi feito pela turma da direita, que não soube se articular direito depois e deixou o espaço para a volta dos socialistas.

Vale lembrar que a eleição no país teve também uma evasão muito grande também, recorde, de mais de 45%, o que mostra que, se não houver engajamento, se a direita não conseguir seduzir o eleitor para que ele vá, de fato, votar e se mobilizar a favor dos seus partidos, isso abre caminho para a volta da esquerda ou para a manutenção da esquerda e da geringonça  no poder”, disse Constantino.

 

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