Rodrigo Constantino: Bolsonaro nunca se mostrou totalmente compromissado com a reforma

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2019 15h58
Marcos Corrêa/PR Quem é o líder do governo? A quem cabe, em última instância, exercer o papel de responsável pelas mudanças?

Uma turma bolsonarista está tentando tirar o corpo do presidente fora da responsabilidade de aprovar a reforma previdenciária. Repetem que Bolsonaro fez seu papel ao enviar para o Congresso a proposta, e que agora a bola está com os deputados, em especial o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Entende-se a narrativa do ponto de vista eleitoral: preservar a pureza do “mito” em caso de fracasso, de derrota, e voltar as baterias contra Maia, um ícone da velha política. Tudo bem: mas e o que dizer sobre o efeito prático disso?

Quem é o líder do governo? A quem cabe, em última instância, exercer o papel de responsável pelas mudanças? Apontar para Maia e condenar a “velha política” pode trazer conforto para os “puristas”, mas por acaso vai trazer empregos para quem precisa? Vai ajudar a derrubar a taxa de juros e o câmbio? Vai atrair investimentos para gerar crescimento econômico? Não, não e não!

Bolsonaro nunca se mostrou totalmente compromissado com a reforma, e delega responsabilidade. É fácil dizer que não aceita praticar a velha política, como se trocas de interesses, sem necessariamente envolver corrupção, não fizessem parte da democracia desde sempre. Os bolsonaristas podem repetir o quanto quiserem nas redes sociais que, se houver derrota, foi culpa de Maia e da velha política. Mas para a imensa maioria dos eleitores, só uma coisa vai importar: a situação melhorou ou piorou? E quem é o presidente da República? O resto é firula de quem não entendeu nada do mundo real, pois confunde o Twitter com a realidade…

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