Rodrigo Constantino: Ensino universitário é elitista por natureza, e nem todos devem passar por ele

  • Por Rodrigo Constantino/Jovem Pan
  • 27/04/2019 09h16
Edilson Rodrigues/Agência Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado Governos populistas estimulam o crescimento da população universitária como um fim em si mesmo, sendo que não deveria ser

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta sexta-feira (26), no Twitter, que o governo estuda “descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia” e passar para áreas que “gerem retorno imediato ao contribuinte”, como Medicina Veterinária, Engenharia e Medicina.

De acordo com o presidente, em um tuíte posterior, “a função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”.

Bolsonaro tem um ponto. Recursos são escassos, e os públicos, arrecadados por meio de impostos, merecem todo cuidado do mundo. Não deveriam servir para financiar teses de mestrado de antropologia sobre a utilidade revolucionária do funk, por exemplo, ou para bancar militantes radicais disfarçados de estudantes universitários, que matam aulas para fumar maconha e jogar sueca e depois gritam “Lula Livre”.

Claro que nem todos das humanas são assim, mas é inegável que essas cadeiras, mais subjetivas, tornaram-se antros de doutrinação ideológica esquerdista, sem qualquer retorno concreto para a sociedade, que investiu em sua formação.

Três em cada cinco estudantes que usaram o Fies para pagar a faculdade estão inadimplentes. A grande maioria (45%), por mais de 90 dias. A dívida acumulada por esses acordos já ultrapassa R$ 13 bilhões, um recorde na história do fundo, que está completando 20 anos de existência.

Dados do FNDE permitem traçar um perfil do inadimplente, e a maioria deles é mulher, jovem, no início do financiamento e com renda familiar de no máximo 1,5 salário mínimo.

Governos populistas estimulam o crescimento da população universitária como um fim em si mesmo, sendo que não deveria ser.  O ensino universitário é elitista por natureza, e nem todos devem passar por ele. Para muitos sequer compensa: melhor seria um curso técnico especializante, para aumentar a produtividade no mercado de trabalho.

O sujeito sai da universidade endividado, especialista em feminismo africano, com cabelo roxo e discurso esquerdista radical, e depois reclama que não há emprego no mercado de trabalho porque é vítima de preconceito. Assim complica…

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