Rodrigo Constantino – Esquerda elogia Mourão por um motivo: ele não está no comando

  • Por Jovem Pan
  • 31/01/2019 17h54 - Atualizado em 31/01/2019 17h57
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Se, por acaso, Mourão um dia assumisse o comando, tudo isso mudaria da noite para o dia, num piscar de olhos, e o general seria retratado como um extremista de direita.

O vice-presidente general Hamilton Mourão tem sido elogiado até por esquerdistas por sua postura mais moderada dentro do novo governo Bolsonaro. De fato, Mourão se mostrou até aqui bastante equilibrado, preparado e simpático, rivalizando com uma imagem de bronco e turrão do presidente.

Mas o ponto aqui é outro: mostrar o modus operandi da esquerda. Agora ela até aceita elogiar Mourão por um único motivo: ele não está no comando. Ou seja, são elogios táticos para, no fundo, atacar Bolsonaro. Se, por acaso, Mourão um dia assumisse o comando, tudo isso mudaria da noite para o dia, num piscar de olhos, e o general seria retratado como um extremista de direita.

Aqui nos Estados Unidos é a mesma coisa. Hoje a esquerda democrata faz elogios até a Bush, esquecendo que ele era demonizado quando estava no poder. Reagan também recebe afagos, como McCain e outros já falecidos: se o republicano estiver morto, melhor ainda, pois não pode mais voltar ao poder.
Os elogios aos outros conservadores têm como único intuito pintar Trump, o atual presidente, como alguém muito pior e mais radical. É puro cinismo e hipocrisia.

A mesma tática é usada pela esquerda para falar dos formadores de opinião mais à direita. Hoje aceitam elogiar até Roberto Campos, que era ridicularizado em seu tempo, chamado de “Bob Fields” e “entreguista”. Tudo para investir na narrativa de que “não se fazem mais pensadores de direita como antigamente”, e que todos os atuais são uns extremistas malucos.

Eis o fio condutor desse discurso esquerdista: sempre atacar os atuais intelectuais e políticos de direita que exercem mais influência ou estão no poder, ainda que para tanto tenham que acender velas para defuntos conservadores ou tecer um ou outro elogio aos que estão mais afastados do poder.
A única forma racional de lidar com elogios de esquerdistas é ignora-los, saber que se tratam de uma estratégia calculista, nunca de reconhecimento sincero.

Quando começo a receber elogios de certos tipos, chego a redobrar minha atenção para ver onde estou errando.

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