Rodrigo Constantino: Martin Luther King não queria segregar ainda mais a população

  • Por Jovem Pan
  • 22/01/2019 18h27
Rowland Scherman/Wikimedia Commons Martin Luther King; imagem de arquivo

Esta segunda foi feriado aqui nos EUA. Comemorou-se o Martin Luther King’s Day, em homenagem àquele que foi um verdadeiro herói na luta por liberdade e direitos civis. Ao contrário de outros líderes negros, como Malcom X, MLK não queria segregar ainda mais a população com base na “raça”, muito menos usar de violência para combater o preconceito. Ele se apegou à própria Declaração de Independência Americana para defender uma mensagem liberal, com foco no indivíduo.

Seu famoso discurso conhecido como “I have a dream” ganhou o mundo, mas poucos sabem que, nele, King enfatiza exatamente os valores liberais dos “pais fundadores”, tão esquecidos pela esquerda que hoje fala em seu nome, pregando coisas que o fariam se revirar no túmulo.

A jornalista Stephanie Schwartz Driver, autora de um livro sobre a Declaração, afirma: “Desde a década de 1820, a linguagem da Declaração de Independência e as promessas nela contidas foram discutidas com grande efeito retórico pelo movimento abolicionista. […] Os abolicionistas baseavam sua causa em princípios morais, retomando a idéia da lei natural advogada por Jefferson na Declaração de Independência e utilizando esse documento para defender seus argumentos”. De fato, os principais abolicionistas compreenderam que na própria Declaração já havia todo o argumento necessário para abolir a escravidão.

Martin Luther King Jr., em seu conhecido discurso no Lincoln Memorial em 1963, sobre o sonho de viver numa nação onde os indivíduos fossem julgados pelo caráter, e não pela cor, disse: “Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória, da qual todos os americanos seriam beneficiários. Essa promissória dizia que todos os homens, sim, o homem branco e o homem negro, teriam garantidos os direitos inalienáveis de ‘Vida, Liberdade e busca da Felicidade’. […] Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e viverá para sempre o verdadeiro significado do credo: ‘Consideramos estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais’”.

Essa mensagem de união e meritocracia individual ecoa os valores liberais, que vão de encontro a esta visão progressista dos movimentos de minorias de hoje, que buscam segregar com base na raça em vez de unir com base nos valores comuns. Precisamos de mais Martin Luther Kings e de menos defensores de cotas raciais ou Black Lives Matter.

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