Rodrigo Constantino: Qual o problema em reconhecer que brancos da elite lutaram pela liberdade dos negros?

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2019 15h13 - Atualizado em 17/05/2019 15h13
OLYMPUS DIGITAL CAMERA Freeimages Movimentos coletivistas em nome de minorias precisam bancar sempre a vítima e destacar algozes

A estratégia de reescrever a história para pintar todo o legado da civilização ocidental como um rastro de opressão pelo homem branco tem sido muito comum na esquerda, e atingiu até a narrativa sobre a abolição da escravidão no Brasil. Movimentos coletivistas em nome de minorias precisam bancar sempre a vítima e destacar algozes, mesmo que tenham sido aqueles que lutaram para libertar os escravos.

Pessoas como João Alfredo, Joaquim Nabuco e Princesa Isabel, naquele tempo reconhecidas por negros como o jornalista republicano José do Patrocínio como autênticas chaves para a condução e o desfecho da luta, passam a ser retratadas como “brancos e elitistas insensíveis, que apenas fizeram o que fizeram por força das circunstâncias”. Apenas os negros e os pobres podem ser valorizados, bradam eles.

Eis que neste dia 13 de maio, em que o deputado Luiz Philippe de Orleans realizou sessão solene na Câmara em homenagem aos 131 anos do “Sublime Pergaminho”. Gritaram “matam vidas negras” (quem, os deputados presentes que homenageiam a Lei Áurea?), “parem de nos matar” e “fascistas não passarão”.

Lucas Berlanza escreveu no Instituto Liberal: “O movimento negro, contaminado pelo mais baixo ressentimento esquerdista, transformou-se em uma horda de rancorosos injustos, brasileiros ingratos que desdenham das batalhas e do suor daqueles que construíram as perspectivas de liberdade de que ora conseguem desfrutar.”

O professor Paulo Cruz, colunista da Gazeta do Povo, comentou na ocasião: “Hoje é dia da militância ressentida associar a desigualdade de hoje ao ato de 1888. “Não foi a Princesa”, dizem eles. Tampouco foi Zumbi, situado quase 200 anos antes. Não foi ninguém especificamente, mas foram todos os que, de alguma maneira, lutaram pelo 13 de maio”.

Qual o grande problema em reconhecer que homens e mulheres brancos e da elite lutaram pela liberdade dos negros? Na Inglaterra, por exemplo, foram cristãos de elite que lideraram essa luta. E foi no Ocidente que a escravidão acabou, já que ela existia desde sempre no mundo todo. Não foi criada pelo homem branco ocidental, mas sim abolida por “ele”, enquanto na África ela continuou e, em alguns casos, ainda continua…

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