Esquema de trabalho ideal é o híbrido, com dois dias em casa e três no escritório

Pesquisas indicam que, ao mesmo tempo que as pessoas querem voltar ao serviço presencial, elas tiveram experiências positivas com o remoto

  • Por Samy Dana
  • 13/05/2021 20h31
Pixabay Pessoa mexendo em um notebook. Só dá para ver os braços e as mãos no teclado Na revista americana The Atlantic, um artigo propõe que, para as pessoas que podem, a melhor solução é quebrar a semana em duas

Voltar ou não ao trabalho presencial tem sido a grande discussão para empresas e empregados nos países onde a economia já segue um ritmo quase normal devido à vacinação. No começo, houve muito entusiasmo com o trabalho remoto. Da noite para o dia, as pessoas passaram a poder remanejar o tempo de trabalho e não precisavam mais se deslocar para a empresa. Além disso, em termos de produtividade, o resultado foi positivo. As pessoas encontraram mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Pareceu que a novidade tinha vindo para ficar. Mas, passado mais de um ano que as pessoas entraram em home office, existe o outro lado da mudança.

Profissionais com trabalho remoto são mais propensos a relatar stress, depressão e ansiedade e se sentem mais entediados do que quem continuou trabalhando presencialmente, segundo uma pesquisa do instituto Gallup, que entrevistou mais de cem mil trabalhadores sobre seu estado emocional durante a pandemia. Em outro levantamento, da consultoria de inteligência americana Morning Consult, 69% dos entrevistados disseram querer voltar ao trabalho tão logo seja possível. E menos de três em dez pessoas disseram que não querem voltar. Os números sugerem que a experiência do home office pode ter sido uma novidade, mas no fim nada revolucionária, já que a maioria das pessoas quer voltar. Mas não é bem assim. Na mesma pesquisa, 84% disseram que gostaram de trabalhar remotamente. E também no levantamento do Gallup a percepção do trabalho remoto, apesar de tudo, foi positiva. Para completar, em alguns setores como o financeiro, a resistência à volta do trabalho presencial faz um número considerável de pessoas dizer que trocará de emprego por outro com mais tempo livre se tiverem que retornar.

Como equilibrar?

Na revista americana The Atlantic, depois de ponderar estes fatores, um artigo propõe que, para as pessoas que podem, a melhor solução é quebrar a semana em duas. Em três dias por semana, a pessoa iria ao trabalho, participaria de reuniões e de atividades que necessitam de colaboração. Nos dois dias restantes, trabalharia de casa, podendo remanejar tarefas para outros horários. Mesmo quem teve uma experiência desagradável com o home office, argumenta Amanda Mull, a autora do artigo, pode se beneficiar de um esquema híbrido. A experiência da pandemia é diferente do que o trabalho remoto pode oferecer. Muitos pais, por exemplo, tiveram que trabalhar e ao mesmo tempo tomar conta dos filhos que, com a volta ao normal, estarão na escola. E as pessoas logicamente não estarão obrigadas ao sofrimento psicológico de um confinamento. É claro, são discussões que ainda vão evoluir conforme a volta ao trabalho, mas indicam ele não será mais o mesmo.

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