Guerra dos sexos: Como a temperatura no trabalho afeta homens e mulheres

Estudos mostram que a produtividade tanto de homens quanto de mulheres muda de acordo com a temperatura do ambiente

  • Por Samy Dana
  • 23/02/2022 13h06
RonaldCandonga/Pixabay Escritório com homens e mulheres Estudos alemão e estadunidense mostraram que a produtividade de homens e mulheres muda de acordo com a temperatura

Quem já trabalhou em escritório ou algum outro ambiente fechado sabe que todos os dias se desenvolve uma batalha silenciosa pelo controle do ar-condicionado. Homens querem o ambiente mais frio, já as mulheres preferem mais calor e a temperatura no local de trabalho muitas vezes acaba refletindo, mais ou menos, o resultado de muita reclamação dos dois lados. Mas o curioso é que essa discussão pode ser importante para a renda de um e de outro gênero e para a saúde financeira das empresas, segundo um estudo da universidade de Marshall, nos Estados Unidos, e do Berlin Social Science Center, renomado centro de estudos sociais da Alemanha.

Os dois autores, ambos economistas, fizeram mais de 500 voluntários trabalharem em ambientes com temperaturas que iam dos 17° aos 32°. Descobriram que a temperatura mexe de maneira diferente com a produtividade de homens e mulheres. Nas temperaturas mais baixas, as mulheres tiveram uma queda severa na execução de tarefas, errando mais e se sentindo mais incomodadas com o frio. Então os termômetros começaram a subir. A produtividade feminina imediatamente melhorou, 1,73%, só que a masculina piorou. Os homens, que vinham sendo mais eficientes, tiveram queda de 0,67% nos acertos nas tarefas desempenhadas a cada grau a mais. O resultado dá razão a uma série de trabalhos anteriores, que vinham questionando se a temperatura afeta ou não o desempenho dos ambientes de trabalho.

Existe outro estudo, inclusive, de 2015, que aponta que os escritórios como são hoje prejudicam as mulheres. Foram criados originalmente friorentos para os homens. Só de 4 décadas para cá a presença feminina aumentou e elas tiveram que se adaptar a uma temperatura que não era a ideal, situação que dura até hoje. No fim, a batalha do termostato é sobre resultados e coloca as empresas numa posição delicada. Se um grupo trabalha menos numa determinada temperatura e outro grupo trabalha menos com outra temperatura, a situação parece destinada a ter sempre alguém menos produtivo. A não ser que a temperatura esteja nos 25°. Foi, segundo o estudo americano e alemão, o ponto de equilíbrio no ambiente de trabalho. A 25°, a produtividade de homens e mulheres não cai e as empresas podem ter equipes mais produtivas como um todo.

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