PIB do 3º trimestre sinaliza 2021 favorável para a economia

Produção de vacinas contra a Covid-19, câmbio favorável e inflação baixa indicam que Brasil deve crescer no ano que vem

  • Por Samy Dana
  • 07/12/2020 18h08
Marcelo Benedicto/Agência IBGE Notícias Com alta de 14,8% no segundo trimestre, indústria foi um dos motivos para a recuperação do PIB

A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), na última quinta-feira, foi o dado que faltava para uma expectativa otimista em relação a 2021. Apesar de partir de uma base mais baixa, já que caiu 9,7% no segundo trimestre, a alta de 7,7% mostra que a economia brasileira fez sua parte. Alguns setores, bem mais. A recuperação da indústria, por exemplo, foi de 14,8%. Superou a queda de 12,3% de abril a junho. O mesmo para a indústria da transformação. É o segmento especializado em transformar, por exemplo, aço em máquinas ou ferramentas. Ou na produção de plásticos. Havia caído 17,5%. Subiu 23,7% agora. Já a construção civil quase zerou as perdas. E a recuperação mais forte do PIB por setor (veja AQUI o infográfico com a comparação por setores entre o primeiro e o segundo trimestre) se soma a outro dado: o emprego formal também vem crescendo.

Em outubro, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) veio com o melhor número em 28 anos. Foram praticamente 395 mil empregos com carteira assinada criados. Números que mostram a economia em recuperação devido a alguns fatores. O primeiro é o surgimento de vacinas contra a Covid-19. Nesta terça-feira, 8, o Reino Unido deverá começar a vacinar a população com o imunizante da Pfizer. Deve ser o começo do fim da crise sanitária, permitindo no médio prazo à economia recuperar seu ritmo normal. É o fator mundial, vale para o mundo todo, mas existem também alguns fatores locais.

Fatores para a recuperação econômica 

  • Vacinas
  • Câmbio
  • Câmbio favorável
  • Selic a 2%
  • Inflação baixa

Para a indústria, o câmbio acima dos R$ 5 torna os produtos brasileiros mais competitivos nas exportações. Deve ajudar a impulsionar o setor e o PIB brasileiro como um todo. Também tem a taxa Selic, atualmente em 2% ao ano. Os juros mais baixos estimulam o investimento, já que o dinheiro fica mais barato. É mais fácil empreender e criar empregos. E também consumir. Mas também colabora com o momento atual a inflação baixa. Mesmo em 3,5% ao ano, a expectativa é de que comece a cair em alguns meses, o que deve fazer sobrar dinheiro no bolso da população. Vai ser exatamente assim? Ninguém tem bola de cristal para dizer. Mas o cenário é positivo e indica um 2021 que, se tudo der certo, pode marcar uma virada no crescimento. E na economia.

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