Vera: Ao trocar Previdência por abuso de autoridade, Alcolumbre escolhe interesses da classe política

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2019 08h32 - Atualizado em 24/09/2019 09h50
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Senado quis se aproveitar da ausência de Bolsonaro, que está viajando

Ao adiar a votação da reforma da Previdência, programada para acontecer nesta terça-feira (24) no Senado Federal e trocar pela do projeto de lei de abuso de autoridade o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não só favorece aos interesses da classe política em detrimento dos da sociedade como também se aproveita da ausência do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que está na Assembleia-Geral da ONU.

A sessão da votação da Previdência no plenário aconteceria pela tarde, uma vez que, antes, haveria um votação preliminar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que pode demorar. A ideia era fazer as duas coisas consecutivamente e, com isso, não daria tempo para votar os vetos de Bolsonaro ao abuso de autoridade

Ou seja: se quis aproveitar ausência do presidente para tentar derrubar ao menos parte dos 19 itens que ele vetou, restabelecendo algumas das punições que estavam previstas. É uma pena que tenham feito essa inversão, já que a Previdência está com tempo correndo para que seja aprovada e a ideia seria encerrar suas discussões em 10 de outubro.

Com esse adiamento, no entanto, o cronograma volta a ficar apertado, justamente de uma reforma que diz respeito à todos e que é importante para o ajuste fiscal. Na contramão disso, a lei de abuso de autoridade é algo que vai de encontro aos interesses dos parlamentares, em uma tentativa de frear as investigações e o combate à corrupção. Qualquer derrubada dos vetos de Bolsonaro será muito ruim.

 

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