Vera Magalhães: Eleição parece virar um plebiscito entre PT e anti-PT

Montagem/Agência Brasil A polarização entre os extremos é também polarização da rejeição, o que não projeta vida fácil para qualquer um que seja eleito

A pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (18) acentuou a polarização entre a esquerda e direita, e a lição que fica, e o que se pode extrair disso, é que muita gente, talvez até os analistas políticos, subestimou o poder que o PT teria nesta eleição.

A gente viu o partido tentando pautar a narrativa a partir da prisão de Lula e o teatro para a unção de Fernando Haddad. Mas nem os adversários se prepararam para um discurso antipetista e nem o PT previa uma muralha contra si para consolidar Jair Bolsonaro.

Poucos dias antes da eleição, parece mais um plebiscito entre o PT e o antipetismo.

A polarização entre os extremos é também polarização da rejeição, o que não projeta vida fácil para qualquer um que seja eleito. Por isso que candidatos do Centro ainda pretendem dar um último fôlego por um discurso racional na conciliação do País.

Acredito que não haja mas tempo hábil para isso.

Fernando Henrique Cardoso foi chamado para esse esforço final, mas não teve ímpeto para ir além nesse gesto. Pessoas próximas tentaram convencê-lo a procurar Álvaro Dias e Henrique Meirelles para fazer um apelo pela união tardia do Centro em torno de Alckmin. Fonte da campanha de Álvaro Dias afirmou que nada indica em o candidato desistir que seus votos fossem para Geraldo Alckmin.

A cada dia que o PT estica a corda de um lado, os antipetistas esticam do outro.

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