Vera: Recusar ajuda do G7 soa como dar ‘troco no amigo da quinta série’

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2019 07h59 - Atualizado em 27/08/2019 10h05
Marcos Corrêa/PR Ministro do Meio Ambiente disse que seria importante que recursos fossem aceitos

Ao recusar a ajuda de US$ 20 milhões do G7, o equivalente a cerca de R$ 83 milhões para o combate ao fogo na Amazônia, o governo se apresenta, mais uma vez, de modo infantil, como se quisesse dar o troco em um amigo da quinta série. A resposta, dada com raiva após a declaração do presidente da França, Emmanuel Macron, dizer que era preciso discutir a “internacionalização” da floresta, não resolve a questão.

Vale lembrar, sobretudo, que o G7 não é apenas a França. É composto de diversos países – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – alguns deles, como os Estados Unidos, aliado do Brasil. A Alemanha de Angela Merkel, por exemplo, também defendeu o Brasil das acusações de Macron, tomando uma postura menos radical.

É entendível que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o governo queiram preservar a soberania brasileira sobre a Amazônia, mas para isso bastava a nova do Itamaraty. A recusa do dinheiro não é a melhor forma de afirmar essa soberania, uma vez que o próprio presidente disse que não há dinheiro nem para apagar o fogo e os ministérios estão sem recursos para despesas básicas.

O período de queimadas ainda deve se agravar e estender até setembro e, com um problema tão grave, talvez por isso pela primeira vez uma decisão de Bolsonaro não foi consenso entre todos os seus aliados. O ministro do Meio Ambiente, por exemplo, Ricardo Salles – que sempre concorda com o chefe do executivo – disse que era importante aceitar esse dinheiro e que ele não é um “ministro político”, pensando diferente nessa questão. Resta saber se a recusa continuará firme.

 

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