Vera: Revelações de Janot parecem fantasiosas e expõem ainda mais o MPF

  • Por Jovem Pan
  • 27/09/2019 08h40 - Atualizado em 27/09/2019 10h28
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Ex-PGR disse que foi armado à sessão do STF para matar Gilmar Mendes

Me parece bastante fantasiosa essa história de que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi armado a uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. Janot lançou uma autobiografia em que conta essa e outras histórias de bastidores da época em que comandou o Ministério Público Federal (MPF) e diz ter ido armado e chegou a engatilhar a arma para matar Mendes, pelo fato de ele ter atribuído vazamentos contra sua filha, mas que a” mão de Deus” o segurou no momento e o impediu de fazer isso.

É pouco provável imaginar essa cena em um lugar cheio de seguranças como é o STF. E, ainda que tivesse havido isso em um momento de destempero e maluquice absoluta, é estranho que contar isso em uma autobiografia, expondo toda a equipe que trabalhou com ele no comando da Lava Jato e expondo o MPF dessa maneria. Parece algo promocional para seu próprio livro.

Mesmo as outras revelações que faz – como a de que sofreu ofertas de Michel Temer e Aécio Neves para não denunciá-lo – o colocam em uma situação péssima, uma vez que, se ele não denunciou, na época, fica em uma situação de cometer crime de prevaricação, quando você tem a informação de uma conduta criminosa e não fez nada tendo atribuição para fazer como ele tinha.

Então ele joga mais querosene da crise do MPF, que vem de alguns meses, coloca em xeque mais uma vez a Lava Jato e acaba levando mais água para os ministros, entre eles o próprio mendes, que agora terão razão para tripudiar em cima da operação e presta mais um desserviço ao país com esse livro que a gente não sabe o que é realidade ou ficção.

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