O ajuste fiscal é resultado de má governança e péssima política econômica

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2015 21h23
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Rodrigo Ramon/ Jovem Pan Joaquim Levy discursou a empresários do grupo Lide nesta segunda-feira

Pergunta: Está havendo, digamos, um esforço balanceado e equilibrado entre o que o Estado deve cortar e o que o contribuinte deve bancar para o ajuste fiscal do governo federal?

Resposta: Antes de mais nada, é preciso lembrar que o ajuste é necessário. O Joaquim Levy está coberto de razão quando vive dizendo isso e insistindo para que Dilma também diga. Agora, o ajuste fiscal é resultado de má governança, péssima política econômica. Nem precisava reconhecer isso, mas é preciso que as coisas sejam mais transparentes.

Por exemplo, fala-se muito na necessidade do sacrifício da população para que as contas sejam equilibradas. O principal interessado no equilíbrio das contas públicas é o cidadão, só que o jornal “O Estado de S. Paulo” está trazendo um cálculo feito pelo economista Mansueto Almeida mostrando uma coisa que a maioria das pessoas não sabe: do bolo de recursos que o governo já garantiu para o superávit, ou seja para fugir do problema criado pelo rombo do péssimo gasto do primeiro governo Dilma, 85% são bancados pela população.

É o trabalhador que está sendo realmente pungado nos seus direitos e conquistas. É a classe média que paga o grosso da conta e os cortes prometidos pelo Estado apresentam 15%. Será que não tem muita coisa aí que deveria ser simplesmente extinta? Por exemplo, fala-se muito em uma economia com cortes de ministérios.

O Aloízio Mercadante, todo mundo, vive dizendo “não, isso não produz economia”. Quer dizer, isso fere o senso-comum. Qualquer criança com mais de seis anos de idade sabe que sim, você diminui o número de ministérios, você diminuirá o custo que esses ministérios representam. Então quer dizer, além disso, o cidadão está sendo tratado como se fosse um bobo e sem ter as informações precisas. Ainda neste fim de semana eu lia a entrevista que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, deu às páginas amarelas da Veja.

O prefeito é um fiel e leal aliado da presidente Dilma, mas ele lembrou uma coisa que é óbvia, que é elementar: a autoridade pública olímpica é desnecessária. Atrapalha a organização da Olimpíada do Rio em 2016.

No entanto ninguém se lembra de cortar, porque é um cabide de emprego. Então já que o cidadão está pagando a conta, o cidadão poderia pelo menos ser premiado com os cortes de cabides de emprego desse tipo aí, certo?

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