Onde será que o movimento terrorista Estado Islâmico irá atacar novamente?
Existe uma loteria macabra. Onde será que o movimento terrorista Estado Islâmico irá atacar novamente, ao estilo da barbárie praticada em Paris em 13 de novembro. Será em alguma outra capital europeia? Será nos Estados Unidos? Lembremos que na véspera do ataque em Paris, o Estado Islâmico matou dezenas de pessoas em um atentado em uma área de Beirute, capital libanesa, controlada pela milícia xiita Hezbollah
Na rápida aula da loucura da região, vamos lembrar que o Hezbollah combate a favor do regime sírio de Bashar Assad, que combate o Estado Islâmico, que por sua vez controla parte do território sírio. E quem mais apoia Assad, além de patrocinar o Hezbollah? A república islâmica do Irã, país de maioria xiita, enquanto o Estado Islâmico é sunita.
Vamos fechar o círculo: o regime xiita do Irã tem medo de um ataque terrorista do Estado Islâmico. Assim, Teerã, a capital do país, está submetida a um arrocho de segurança sem precedentes, como está ocorrendo em tantas partes da Europa.
O Irã ironicamente está entre os países mais seguros e estáveis do Oriente Médio em meio a tantas turbulências regionais. A última grande onda de protestos contra o regime aconteceu em 2009, durante a reeleição fraudulenta do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, duramente reprimidos.
As relações do Irã com a comunidade ocidental melhoraram com a assinatura do acordo nuclear, que ajudou a consolidar o poder regional do país, sem o qual o regime de Bashar Assad provavelmente não teria sobrevivido.
O jogo do regime xiita é combater seus inimigos fora de casa, como Israel, e para isso conta com os préstimos da milícia Hezbollah, notória por seus atos terroristas, como os realizados nos anos 90 em Buenos Aires contra a embaixada israelense e contra a comunidade judaica na Argentina.
Então, aí, está outra ironia. O Irã que promove terror no exterior agora teme o terror dentro de casa.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.