A oposição não tem moral para falar do cartel dos trens

  • Por José Nêumanne Pinto
  • 08/12/2014 16h51

Pergunta: Nêumanne, as investigações do Ministério Público a respeito do cartel dos trens e do metrô em São Paulo prejudicam um eventual desempenho dos partidos de oposição na luta contra o governo petista e sua permanência no poder?

Resposta: Na semana passada o Ministério Público mandou indiciar 33 executivos das empresas de trens e metros em São Paulo por causa do famoso escândalo do cartel. Entre os indiciados está o presidente da CPTM, Mario Bandeira, que o governador Geraldo Alckmin simplesmente defendeu dizendo que ele é uma pessoa respeitada.

O Ministério Público Paulista está pedindo à justiça que devolvam as 11 empresas envolvidas nessa questão do cartel, 418 milhões de reais. É um escândalo grosso e o PSDB, o partido que governa São Paulo a séculos não lida bem com isso. Lida como se tivesse o direito à delinquir porque combate a delinquência do PT. Ou seja, prevalece aquela que o PT já lançou desde o tempo do mensalão, eu sou mais quem não é?

Eu quero lembrar que quando, no fim do governo Lula, houve o escândalo do mensalão, o PSDB, o Antonio Carlos Magalhães, todo mundo comemorava a derrota do Lula nas urnas por causa do escândalo de corrupção. Tanto que o Lula ganhou e ganhou fácil do Geraldo Alckmin que teve menos votos no segundo turno do que teria tido no primeiro. Ora essa, o Lula ganhou e ficou comprovado que o mensalão do PT foi precedido pelo mensalão do PSDB e o PSDB blindou o ex-governador Eduardo Azeredo que comandou o Marcos Valério no esquema semelhante ao que ele usaria depois no PT de Lula, Zé Dirceu e Zé Genoino.

Quando se pensava que o PSDB tivesse uma posição exemplar, teria uma posição exemplar em relação ao assunto, o PSDB resolveu dizer que eram coisas diferentes quando eram e tinham até, tiveram até o mesmo nome. Agora é a mesma coisa, a oposição não tem moral para nada, combater corrupção de nada, nem mesmo o enorme escândalo do PT no Petrolão porque faz a mesma coisa em São Paulo no cartel dos trens. O eleitor não se deixa enganar, o eleitor não é bobo, essa gente precisava aprender isso.

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