Reação do PT à prisão de Guido Mantega é típica de organização criminosa

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 23/09/2016 11h28
BRA54. SAO PAULO (BRASIL), 15/09/2016 - El expresidente de Brasil Luiz Inácio Lula da Silva hace un pronunciamiento hoy, jueves 15 de septiembre de 2016, en Sao Paulo (Brasil). Luiz Inácio Lula da Silva rechazó hoy las acusaciones de corrupción y lavado de dinero de la Fiscalía y, en un irónico y largo pronunciamiento, dijo que si le prueban algún delito irá caminando hasta la comisaría para su detención. "Prueben e iré caminando para ser detenido en Curitiba", afirmó el ex jefe de Estado al citar la ciudad desde donde la Fiscalía lidera todas las investigaciones sobre el gigantesco escándalo de corrupción en la petrolera Petrobras. EFE/Sebastião Moreira EFE/Sebastião Moreira Imagens de Luiz Inácio Lula da Silva em discurso após denúncia - EFE

A reação do PT e dos petistas à prisão e posterior soltura de Guido Mantega é das coisas mais canalhas que vi nos últimos tempos. Mesmo para os padrões petistas, o troço é asqueroso. E revela a deformação moral dos esquerdistas no geral e desses esquerdistas em particular.

Para essa gente, não existe lei, não conta o Estado de Direito, não há indivíduos. Em certa medida, o partido e a força-tarefa travam uma guerra de consenso: tudo é uma questão de conquistar a opinião pública. E os companheiros estão assustados porque estão perdendo feio. Vamos ver.

Há — eu sei, e sabe qualquer pessoa minimamente informada sobre os pressupostos legais — uma óbvia mácula original na decretação da prisão provisória de Guido Mantega. Ela não encontra respaldo na lei; tecnicamente, é uma aberração. O próprio juiz Sergio Moro o admitiu de modo oblíquo, não?

Pois bem… Qual foi a reação dos petistas? Ora, para eles, tudo não passa de um complô contra o partido. Lula, fingindo que a legenda é hoje um portento eleitoral, chamou a prisão de “Operação Boca de Urna”… É uma piada. Os primeiros a esconder a legenda e seu símbolo na disputa eleitoral são os próprios candidatos do PT.

Dilma Rousseff, com seu particular senso de profundidade e com sua inteligência peculiar, saiu na mesma linha. Outra não foi a reação de Rui Falcão, presidente do PT.

No fim das contas, assistimos a um minueto: PT e força-tarefa estão de acordo que a questão é entrar numa guerra de propaganda, e o Estado de Direito que se dane. Se há ou não legalidade na operação, tanto faz.

A verdade é que os petistas só estão infelizes porque as agressões de agora ao Estado de Direito ferem os seus filiados. Quando a Operação Satiagraha pintava e bordava contra os inimigos do partido, eles aplaudiam os absurdos. Naquele caso, até a imprensa virou alvo. Com o esquecer: o delegado Protógenes se elegeu deputado pelo… PCdoB!!!

Nota: na Satiagraha e agora — e em qualquer caso —, eu estarei do lado do que diz a lei. É simples assim. Não sou petralha às avessas. Eles não são meus interlocutores do “mundo de lá”.

Os que não avançaram por aí resolveram entrar no jogo do vitimização: “Oh, que falta de humanidade! Mantega está enfrentando um drama familiar…”. E daí? José Carlos Bumlai também está. Nem por isso vejo petistas chorando por ele, não é mesmo?

Isso não é reação de quem está indignado com eventuais agressões à legalidade. Isso é reação de uma organização criminosa que pensa, primeiro, nos seus interesses. E, nesse caso, seus próprios membros são peças de um jogo muito maior.

Podem me chamar para aplaudir a lei. Mas não me chamem para aplaudir o maluco que dança no palco da impostura.

Não me peçam para fazer parte dessa comédia — ou tragédia — de erros porque não farei. Repudio as ilegalidades da operação. E repudio a reação da organização criminosa.

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