Setores republicanos se resignam a Cruz em nome do “qualquer um menos Trump”

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 07/04/2016 09h51
EFE/Gary Coronado e DAN ANDERSON Ted Cruz e Donald Trump (segurando o bebê) têm 84 delegados de diferença nas prévias republicanas

Temos algumas certezas sobre as primárias presidenciais americanas. O desfecho vai acontecer com a consagração dos candidatos nas convenções dos republicanos e dos democratas em julho. Mas e até lá? O caminho está minado com incertezas.

Na rodada de primárias no estado de Wisconsin, os líderes das duas corridas partidárias perderam. Entre os republicanos, Donald Trump para Ted Cruz e entre os democratas, Hillary Clinton para Bernie Sanders. Para ambos, Wisconsin era uma oportunidade para abafar a competição e eles falharam.

A corrida agora entra em um terreno ainda mais movediço para ambos. No entanto, o perigo não é semelhante. Na verdade, é maior para Trump, que adiante tem uma longa batalha em uma guerra civil republicana que se mostra especialmente sangrenta.

Trump se revela mais vulnerável, não apenas pelos danos causados por seus insultos generalizados e gafes, mas pelo amadurecimento de uma vigorosa frente ampla contra suas ambições. Cruz é um candidato demasiadamente conservador, mas ao menos tem consistência, um contraste à incoerência de Trump.

Diversos setores do Partido Republicano se resignam a Cruz em nome do movimento qualquer um menos Trump. É verdade que na corrida permanece o governador de Ohio, John Kasich, para a exasperação tanto de Trump como de Cruz.

Temos primárias importantes adiante, como em Nova York e na Califórnia, mas a corrida quase que certamente vai persistir até uma convenção aberta em julho, Trump ainda é o favorito, mas será atroz o balanço de mortos e feridos na guerra civil republicana.

Já para Hillary Clinton, o desafio é diferente. Bernie Sanders não tem chances de vencer, mas sua teimosia enfraquece a ex-primeira-dama. Ela chegará mancando na convenção de julho, com muitas dúvidas sobre sua honestidade e exposta à sua incapacidade para motivar parte do eleitorado democrata.

O consolo de Hillary é que na grande guerra de novembro, haverá muita motivação entre os democratas se do outro lado estiver Donald Trump.

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